
As cotações do algodão sobem em Nova Iorque e demonstram potencial para atingir 80 centavos de dólar a libra/peso. Walter Horita, presidente da AIBA (Associação dos Agricultores Irrigantes da Bahia) e um dos maiores produtores de algodão do País, afirma que a alta já estava anunciada, devido à redução da produção no hemisfério norte. “Em três anos, os Estados Unidos praticamente reduziu para a metade a sua área de plantio”.
Ele explica que os produtores norte-americanos optaram por apostar no milho e na soja, que tinham preços mais remuneradores, e abandonaram o algodão. Diz Horita:
“Isso reflete nossa situação. O balanço hoje de oferta e demanda está apertado para o lado da oferta. Com a recuperação da economia macro-mundial o consumo de algodão voltou a ser mais consistente e isso está criando um ambiente mais favorável para o produtor, em termos de preços futuros”.
Horita não afasta, entretanto, a possibilidade de aumento de plantio nos países produtores: “Além da questão cambial, que tira a competitividade do produtor brasileiro, já que o real está super valorizado, pode ser que os produtores aumentem muito a área plantada, derrubando os preços.”
Horita não fez referência, também, que, nas principais regiões produtoras, o agricultor está descapitalizado, em consequência de um ano de preços tímidos na soja, no milho, no algodão e até no feijão, optando pela lavoura de menor custo, a soja.
