“Quem tem medo da verdade”, um artigo importante

Universindo Diaz e Lilian Celeberti, fotografados por Ricardo Chaves, o Kadão, anos depois do seu sequestro.

Quem dentre nós ansiar por uma posição esclarecida em relação ao PNDH de Luiz Inácio, deve ler o longo artigo, publicado no blog de Cláudio Humberto, por Luiz Cláudio Cunha, jornalista da velha guarda que viveu os dias de chumbo da ditadura no exercício da profissão, desvendando inclusive o sequestro dos uruguaios Universindo Diaz e Lilian Celiberti, num sensacional trabalho investigativo. Luiz Cláudio Cunha entende que os próprios militares, cujos atuais comandantes recém iniciavam na profissão em 1964, deveriam centrifugar a história, apoiando o julgamento daqueles militares que mancharam com  sangue  suas fardas. Diz Luiz Cláudio:

“O Brasil que evita punir ou sequer apontar seus torturadores acaba banalizando a violência que transborda a ditadura e vitimiza o cidadão comum em plena democracia, principalmente nas duas maiores capitais, São Paulo e Rio. Nos 24 anos seguintes à anistia (1979-2003), armas de fogo mataram no Brasil 550 mil pessoas – 44% delas jovens entre 15 e 24 anos. Este Brasil varonil, pacífico e cordial, viu morrer quase tanta gente quanto os Estados Unidos durante os cinco anos que lutou na Segunda Guerra Mundial (625 mil soldados). Num único ano, 2003, segundo dados do Ministério da Saúde, assassinaram no Brasil uma população civil (51 mil pessoas) quase tão grande quanto as perdas dos Estados Unidos (58 mil) ao longo dos 16 anos da Guerra do Vietnã.”

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

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