Brasil, autorizado pela OMC, vai taxar produtos norte-americanos.

Prepare o seu bolso: se o caro leitor estava querendo comprar algo importado dos Estados Unidos, veículos, cosméticos, óculos, produtos do algodão, alimentos, eletrônicos, softwares e soro de leite, o preço pode ficar substancialmente alterado nos próximos dias. A lista de produtos que terão a alíquota do Imposto de Importação elevada para as compras dos Estados Unidos tem 102 produtos. A relação com as novas alíquotas foi publicada no Diário Oficial da União nesta segunda-feira (8) e começa a valer em 30 dias. Segundo o diretor do Departamento Econômico do Itamaraty, Carlos Cozendey, a lista deve ter um impacto comercial de US$ 591 milhões. O valor é estimado com base no impacto do aumento da tarifa no valor final do produto.

Esse valor é maior que os US$ 560 milhões autorizados pela Organização Mundial do Comércio (OMC) para o setor de bens. Cozendey, entretanto, explicou que o valor autorizado pela OMC era o piso, mas poderia chegar a até US$ 829 milhões. No entanto, o Brasil decidiu que US$ 238 milhões serão utilizados na retaliação na área de propriedade intelectual e serviços.

Restrições americanas às commodities brasileiras serão retaliadas

A secretária executiva da Câmara de Comércio Exterior (Camex), Lytha Spíndola, informou que, na próxima reunião da Camex, marcada para 23 de março, os ministros devem aprovar os termos da consulta pública das áreas de propriedade intelectual e serviços que serão objeto de retaliação. Ela disse que a consulta pública, assim como ocorreu com a lista de bens, deve durar 20 dias.

“O governo brasileiro não acredita que a retaliação comercial é o meio mais apropriado para lograr um comércio internacional em bases mais justas. Mas, após oito anos de litígio e na ausência de oferta de opções concretas para uma solução para o contencioso, resta ao Brasil fazer valer seu direito, autorizado pela OMC, e até para salvaguardar a credibilidade do sistema de solução de controvérsias”.

Segundo Spíndola, o Brasil permanece aberto para receber propostas do governo norte-americano para acabar com a aplicação de subsídios à produção doméstica e à exportação de algodão. Na lista, a maior parte dos itens são alimentos (16). Na sequência, aparecem aparelhos eletrônicos (14), higiene e cosméticos (14), produtos agrícolas (11) e têxteis e confecções (10).

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

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