Tecnologia de ponta acelera a colheita no oeste baiano.

Alta tecnologia combinada com potência e capacidade operacional

No município de Correntina, na divisa com Goiás, um investimento de cerca deR$ 14 milhões em 20 unidades de colhedeiras modernas, demonstra o que está se fazendo de mais avançado tecnologicamente no sentido de uma colheita rápida e com menores perdas. Gaúchos descendentes de alemães, os irmãos  Kudiess chegaram a Correntina, município baiano na divisa com Goiás, em 1988 com dois caminhões, uma caminhonete, três tratores e a mudança para apostar na produção de semente.

A poupança feita pela família de cinco irmãos ainda no Rio Grande do Sul permitiu a compra de 4 mil hectares, dos quais apenas 500 foram cultivados naquele primeiro ano. Hoje, a J&H Sementes tem uma área de aproximadamente 16 mil hectares e deve comercializar 1,5 milhão de sacos de semente – 60 mil toneladas – , para serem plantadas na safra 2010/11 e obter receita próxima a R$ 90 milhões.
“Fomos uns dos primeiros a chegar aqui na região”, diz Harald, o mais velho dos cinco irmaõs. Segundo ele, o clima favorável ao plantio de sementes atraiu a família. “Nossa fazenda está a 970 metros de altitude e como meu irmão havia feito uma especialização em sementes decidimos vir para a região, contrariando a opinião de muita gente, inclusive de nosso pai, que imaginava que fossemos quebrar a família”.
Trabalhando em parceria com a Monsanto, 60% da produção dos irmãos Kudiess são de variedades transgênicas. Estrategicamente localizada à margem da BR-020, a empresa abastece o mercado do chamado Mapito – iniciais dos Estados do Maranhão, Piauí e Tocantins – , Goiás, norte de Minas Gerais, Mato Grosso, Pará e Acre.

Se a logística favorece os produtores, a mecanização, cada vez mais sofisticada, também. As máquinas que foram compradas pelos irmãos Kudiess têm 354 cavalos, plataforma de colheita de 35 pés. Elas foram importadas, mas a partir de abril passarão a ser fabricadas no Brasil, na unidade de Sorocaba (SP) da CNH, segundo João Rebequi, coordenador de marketing de colheitadeiras da New Holland, uma das marcas do grupo controlado pela Fiat.
E máquinas tão grandes são cada vez mais comuns no Brasil. Para conseguir colher largas extensões de lavouras, com mais eficiência e custos operacionais menores, os agricultores, especialmente no Cerrado, estão apostando nesse tipo de equipamento. “Quanto maior a colheitadeira, melhor para o produtor. Em vez de usar dez máquinas em uma área, ele usa cinco maiores e mais potentes. São menos cinco operadores, menos cinco jogos de pneus, entre outras coisas”, diz Roberto Ruppenthal, gerente de marketing para colheitadeiras da Massey Ferguson.
A melhora na eficiência e no ganho tecnológico, no entanto, custam, e custam caro. Cada colheitadeira top de linha sai por R$ 700 mil, tanto da Massey quanto da New Holland. Hoje, a John Deere é a líder nesse mercado, com uma participação de 35,6% em 2009. Em segundo lugar aparece a New Holland, com 31,9% do mercado brasileiro, que em 2009 comercializou 3.817 unidades de colheitadeiras, segundo dados da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
Mesmo com tantos avanços tecnológicos já incorporados à colheita de grãos, o mercado ainda espera por mais. Além de motores flex, que poderiam usar tanto o diesel mineral quanto o biodiesel, as empresas trabalham para avançar na telemetria. A tecnologia consiste em transmitir em tempo real para uma base fixa as informações que são coletadas pelas colheitadeiras, permitindo a gestão remota da máquina.

Avatar de Desconhecido

Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

Uma consideração sobre “Tecnologia de ponta acelera a colheita no oeste baiano.”

Deixe um comentário