Americanos propõem criação de fundo para o algodão.

Segundo o jornal O Estado de São Paulo, os americanos anunciaram ontem proposta para evitar a retaliação brasileira a produtos dos EUA. O governo dos Estados Unidos propôs um fundo de US$ 147 milhões para os produtores de algodão e se comprometeu a reformar o sistema de créditos à exportação, conhecido como GSM, informou uma fonte que participou das negociações. A proposta, que chegou nesta segunda-feira, 5, está sendo avaliada agora pelos ministros da Camex e é bem provável que o governo atrase a retaliação em 60 dias. Negociadores do governo consideraram a proposta “muito boa”.

Segundo uma fonte, os americanos se comprometeram, inclusive, a “segurar” os empréstimos via GSM enquanto reformam o programa. Em um prazo determinado, o governo dos EUA vai mexer nos prazos e nos juros do programa, e, assim, reduzir sua utilização. A promessa do governo Obama ao Brasil promete provocar polêmica no Congresso dos Estados Unidos, que alega que apenas os deputados e senadores podem alterar o GSM.

Os US$ 147 milhões que serão depositados no fundo é o equivalente aos programas de apoio domésticos de subsídios que os americanos não podem alterar sem mexer na Lei Agrícola (Farm Bill), que só será revista em 2012. O principal montante da retaliação autorizada pela OMC – que chega a US$ 830 milhões – se refere ao programa GSM.

“A proposta deles é muito boa. Temos que ver se vão cumprir nos prazos que definimos”, disse um negociador. O governo brasileiro tinha programado para esta segunda-feira iniciar a cobrança de sobretaxa para 102 produtos americanos. Na quinta-feira da semana passada, a vice-representante de Comércio dos Estados Unidos, Mirian Sapiro, esteve no Brasil para pedir ao governo brasileiro para adiar a retaliação. O governo respondeu que só atrasaria com uma proposta concreta em mãos.

A Região Oeste da Bahia pode lucrar e muito com as aplicações do fundo proposto, com pesquisa e avanço tecnológico do cultivo do algodão. A retirada dos subsídios americanos abre brechas imensas no mercado internacional da fibra.

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

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