Roberto Freire repudia afirmações de Dilma sobre Serra.

Não foi por acaso que Dilma Rousseff, candidata do PT à Presidência da República,  chamou os exilados políticos da ditatura brasileira de fujões. Sua declaração estapafúrdia e condenada por todos os democratas do país faz parte de uma campanha que tenta desmoralizar o candidato da oposição, José Serra, que vem sendo promovida pelo PT e seus “terroristas virtuais” desde o ano passado em sites, blogs e redes sociais da internet. A frase dita por Dilma no último sábado, em evento com sindicalistas em São Bernando do Campo, apenas ecoa essa campanha difamatória.

Ao dizer que “não foge à luta”, a ex-ministra mirava em no seu adversário tucano e reproduzia artigo do professor Emir Sader, um dos ideólogos de seu partido. No texto, publicado na Agência Carta Maior em setembro do ano passado sob o título  “Duas trajetórias distintas”, ele afirma que Serra abandonou o Brasil após o golpe militar. Diz: “Serra saiu do Brasil no primeiro grupo de pessoas que abandonou o país. Deixou abandonada a UNE, abandonou a luta de resistência dos estudantes contra a ditadura, abandonou o cargo para o qual tinha sido eleito pelos estudantes. Essa a atitude de Serra diante da primeira adversidade”.

Em seguida, comparando o incomparável, exalta a “coragem” de Dilma: (…) Outra personalidade que aparece como pré-candidata à presidência também teve que reagir diante das circunstâncias do golpe militar e da ditadura. Dilma Rousseff, estudante mineira, fez outra escolha. Optou por ficar no Brasil e participar ativamente da resistência à ditadura, primeiro das mobilizações estudantis, depois das organizações clandestinas, que buscavam criar as condições para uma luta armada contra a ditadura militar.”

Dilma não só gostou, como guardou “na gaveta” o discurso difamatório para descurtiná-lo no último sábado. Ao chamar os exilados de fugitivos, ele não apenas reproduzui as sandices de Emir Sader, como ecou outras vozes que se empenham diuturnamente a atacar Serra. Casos do jornalista Paulo Henrique Amorim, adversário ferrenho da candidatura Serra, e do ex-ministro e réu do mensalão José Dirceu. Os dois reproduziram o artigo de Sader em seus sites e blogs na internet e ajudaram a espalhá-lo pela rede.

Impactada com a repercussão negativa de sua declaração insensata, repudiada com firmeza em nota divulgada pelo presidente nacional do PPS, Roberto Freire, Dilma tentou negar que sua fala se dirigia Serra. Também negou se tratar de um ataque absurdo aos exilados políticos, muitos deles seus correligionários. Mas os fatos a desmentem.

Como afirmou José Serra no discurso de lançamento de sua pré-candidatura, em Brasília: “Quanto mais mentiras nossos adversários falarem sobre nós, mais verdades nós faleremos sobre eles”.

Dilma foi uma heroína da luta contra a Ditadura. Só lamentamos que ela não tenha perecido em combate.

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

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