Simon pede lisura na concorrência de Belo Monte.

Livro de Simon dos tempos heróicos.

No programa do grande PMDBdoB, a ausência lamentada do senador Pedro Simon, o único que não aderiu à rifa beneficiente do Governo Lula. Melhor Pedro Simon não se conspurcar mesmo dentro desse saco de gatos que se orgulha de ser o maior partido do País. A envergonhada simbiose com que o PMDB vive com os cofres e poderes públicos acabou de vez com a imagem heróica de resistência do Movimento Democrático Brasileiro.

Sem embargo, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) foi à tribuna do Senado, ontem,  para pedir transparência e fiscalização no processo de leilão da usina hidrelétrica de Belo Monte, a ser construída no Rio Xingu, no Pará. No discurso divulgado pela assessoria do senador, Simon mostra preocupação principalmente com a utilização dos fundos de pensão de empresas estatais para reforçar os consórcios que disputarão o leilão, previsto para a próxima terça-feira, dia 20.
Ele lembra que os fundos de pensão foram fortalecidos nos últimos anos, passando a ser “agressivos” agentes de mercado, e se tornaram “sócios cobiçados”, em vários negócios. Os fundos, segundo o senador, estão formando um “tripé” com empreiteiras e governo e que dessa associação também surgiram relações ilícitas. Ele cita episódios como a privatização do Sistema Telebrás, em que fundos e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) tiveram participação ativa. A ideia de utilizar os fundos no leilão de Belo Monte, revelada pelo Estado, trouxe, segundo Simon, “a sensação de que velhos tempos e velhas práticas estão de volta”.
Segundo o senador, o governo tem atendido prontamente a tudo que as empresas pediram para garantir a participação delas no leilão, como crédito do BNDES, isenção tributária e “irrestrito apoio” dos fundos. “Tudo o que o consórcio pediu, o consórcio levou. E não são migalhas. São bilhões, bilhões de reais!”. Mesmo com todos as “benesses, favores e concessões governamentais”, continua o senador, “ainda há uma clara indefinição sobre os grupos que disputarão o leilão”.


Simon disse que a negociação “cheira a chantagem” e, portanto, pede transparência e conhecimento público do impacto econômico da participação dos fundos. “Estamos, mais uma vez, falando de grandes somas de investimento e do comprometimento de enormes recursos do Tesouro Nacional.”
Ele disse que é tarefa do Senado exigir que esta obra seja fiscalizada em todas as suas etapas, controlada e “rigorosamente” acompanhada pelos poderes competentes. Simon pede que as autoridades do Executivo sejam questionadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e pelas comissões de Orçamento, Fiscalização e Controle e de Infraestrutura do Congresso.
“Lembro que a usina de Belo Monte – cuja ideia de construção tem mais de 30 anos – é muito mais que um projeto de engenharia. É nitidamente um alicerce valioso de um programa de governo. Mas nenhuma obra, nenhuma eleição pode custar a dignidade de uma nação”, concluiu o senador.

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

Uma consideração sobre “Simon pede lisura na concorrência de Belo Monte.”

  1. Pedro Simon exemplo de dignidade em política seria fundamental que mais pessoas deste padrão fizessem parte dos representantes do povo, e não usar do povo para se projetar.

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