Pilotos cabeça X pilotos arrojados: quem ganha no final?

Alonso pinta de vermelho o guard-rail ou flexbean, como dizem os gaúchos.

Alonso era o dono da melhor marca do treino deste sábado quando perdeu o controle de seu carro e bateu contra uma parede de proteção do circuito urbano de Monte Carlo. No momento em que Alonso estampava o guard-rail, comentávamos, sem saber, com um amigo, Fábio Ricardi, os problemas de grip de Massa e a comparação com a performance de Alonso. Nossa constatação de que Massa, um piloto mais cerebral tinha chances de chegar no campeonato à frente de Alonso, que entrega o pescoço em cada curva e tem sérios problemas de competitividade exacerbada. Uns 15 minutos depois, ao ligar a TV, ficamos sabendo que Alonso se acidentara, o que confirmou nosso julgamento sobre o assunto. Acredito que o campeonato vai continuar assim: ou Alonso chega à frente ou estoura o motor; ou o espanhol vai para o pódio ou não chega. Amanhã vai largar atrás do Karun Chandok e espero que o indiano feche na primeira curva. Uma volta atrás do indiano seria uma boa lição para a arrogância de Alonso.

A mistura perfeita do piloto cerebral com o arrojado já não existe mais. Acabou na curva Tamburello, em Monza, no ano de 1994. Seu nome era Airton Senna e dali em diante nossos domingos pela manhã não foram os mesmos. E talvez nunca mais sejam. Como afirma Ricardi, Senna resgatou uma parte da nossa brasilidade: “Os brasileiros reaprenderam a cantar o Hino Brasileiro e se orgulhar da bandeira com Senna.”

Mônaco não é um autódromo e isso é fácil de ver. É apenas um endereço importante para eventos elegantes. O que não se vê no primeiro olhar é que é extremamente seletivo para os pilotos, principalmente nessas qualidades que não descobrimos na primeira análise, como a capacidade de passar a 10 centímetros do guard-rail com segurança.

Os tempos de hoje:


Avatar de Desconhecido

Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

Deixe um comentário