Na foto, Adelino Hopke (consultor), Marcelino Kuhnen, Paulo Edgar Closs, Juarez de Souza e Vanir Köln, presidente.
O secretário executivo da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Grãos, Sérgio Pitt, entregou ao ministro Wagner Rossi, da Agricultura, Pecuária e Abastecimento uma objetiva pauta de reivindicações em relação às aquisições dentro dos programas PEP e PEPRO do milho, quando de sua visita à Bahia Farm Show. Hoje, o Sindicato dos Produtores Rurais de Luís Eduardo Magalhães, participante da Câmara Setorial, reuniu-se, com o objetivo de cobrar do Ministério providências acerca dessa pauta. A fragilização dos produtores frente aos compradores, inclusive com devolução dos premios pagos, assunto relatado no quinto item da pauta, é o tema polêmico a ser debatido entre os produtores e o Ministro numa visita próxima.
A íntegra da Pauta:
Assunto: Propostas para Sustentabilidade da Cultura do Milho na Bahia
Senhor Ministro,
O Estado da Bahia cultivou, na safra 2009/2010, uma área de 747 mil hectares com a cultura de milho, com produção de 1,8 milhões de toneladas. Dentro desta área, a Região Oeste cultivou170 mil hectares com uma produção de 1,48 milhão de toneladas.
O milho é uma importante matéria-prima para a segurança alimentar, estrategicamente bem localizada para atender o Norte e Nordeste do País, além de proporcionar um grande benefício técnico para a sustentabilidade da matriz produtiva agrícola.
Porém, a cultura do milho vem sendo marginalizada no Estado. Enquanto, no País, o milho ocupa aproximadamente 23% da área agrícola, na região Oeste da Bahia o cereal ocupa menos de 10% da área. A correção deste desvio padrão equivale a dobrar a produção desta importante matéria -prima.
Diante deste quadro, elencamos a seguir ações estratégicas para aumentar a competitividade da cultura, ajustando a matriz produtiva.
De curto prazo:
1- Limitar os Leilões de PEP e PEPRO, dando preferência ao escoamento do milho da Bahia para o Norte e Nordeste. Esta estratégia economizará recursos na subvenção do Governo;
2- Planejar e estabelecer um Calendário anual para os Leilões;
3 – Intervenção do Governo através de AGF, retirando milho do mercado;
4- Nos leilões de PEPRO, para o caso de exportações, estabelecer um prêmio competitivo. Por exemplo, estabelecer o maior prêmio pago no Aviso (da região Norte);
5- No sistema atual de comprovação de venda dos leilões , o produtor fica refém do comprador. O comprador condiciona deságios para fornecer a prova da compra do produto. Defendemos mudanças na comprovação, utilizando informações da Secretaria da Fazenda dos Estados;
De longo prazo:
1- Viabilizar linhas especiais de financiamento com juros subsidiados para investimentos em armazenagem, ampliando a capacidade atual;
2 – Implementação da Unidade de Armazenagem da CONAB no Centro Industrial do Cerrado de Luís Eduardo Magalhães.
Sérgio Pitt – Secretário Executivo da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Grãos.
Os aspectos técnicos da necessidade de rotação de culturas, especialmente nos solos de baixa textura do Oeste da Bahia, e o avanço de doenças fúngicas da soja, são de extrema importância para os produtores. Entretanto, ninguém quer cultivar o milho dentro de cenários deficitários. O País está entupido de milho, principal insumo da suinocultura e da avicultura. Cabe certamente ao Governo administrar esse quadro com decisão, exportando mais carne de frango, de suínos e o próprio grão. Os produtores definitivamente não podem subsidiar granjeiros e consumidores com o sacrifício pessoal, nem perder produtividade na lavoura de soja por falta de rotação de culturas.
