Geddel e Wagner: briguinhas para inglês ver?
Um observador político, ontem, na tribuna livre da Cafeteria Xôk´s, formatava, com singularidade, o cenário da sucessão estadual, levando em conta, um eventual fortalecimento de Jaques Wagner na campanha que se inicia no próximo dia 5 de julho:
-Todos contam como certo o apoio de Geddel Vieira Lima(PMDB) ao candidato Paulo Souto(DEM), inclusive alardeando um possível loteamento dos cargos públicos de primeiro escalão a partir de 1º de janeiro do próximo ano. E se a situação for a inversa? E se Geddel apoiar Wagner no segundo turno? Ele ganha o apoio de Wagner para a Prefeitura de Salvador em dois anos e, depois, o apoio para candidatura ao Governo Estadual. Mais: permanece na zona de conforto com o Governo Federal do PT, recebendo de novo um ministério, plataforma de lançamento para a Prefeitura. A união com Paulo Souto não contempla anos de luta feroz entre os carlistas e os Vieira Lima, que começou com uma briga de Afrísio Vieira Lima, pai de Geddel, então líder na Assembléia do Governo, e o próprio Antonio Carlos Magalhães.
O mesmo observador fala sobre a política regional e a figura de Oziel de Oliveira, pré-candidato à Câmara Federal pelo PDT. São três os cenários:
Wagner e Oziel se elegem: o ex-prefeito é candidato forte a Prefeitura Municipal de Luís Eduardo, com a chancela do Governador.
Wagner se elege e Oziel não se elege: o ex-prefeito ainda terá o apoio do governador e continua com chances na Prefeitura em 2012.
Wagner e Oziel não se elegem: a situação pode ser mais difícil para o ex-prefeito, mas ainda terá a base de lançamento da Prefeitura de Barreiras.
No entanto, o próprio analista faz uma ressalva: tudo vai depender do Governo de Humberto Santa Cruz, que, ao finalizar a organização da Prefeitura, começa a fazer obras: “Ele tem dois anos para iniciar sua campanha e pode fazer muito até lá. E pode contar também com as divisões atuais e as que surgirão na Oposição”.
Esta semana, um empresário de destaque no agronegócio, comentava: “Humberto precisa marquetear mais, principalmente internamente, empurrando com entusiasmo a máquina da Prefeitura. Precisa fazer, primeiro, bench-marketing e, depois, incrementar seu marketing externo, o famoso B2C (business to consumer).”


“Bench-marketing”, “marketing externo”, “business to consumer”… E o povão, só no dicionário! Ambulância, bombeiros, posto de saúde, escolas, e mais outras “coisinhas pra pobre”… tais coisas não se fala nem se faz. Triste República de Tupiniquins. Como canta o poeta: “Eu tenho savoir-faire
Meu temperamento é light
Minha casa é hi-tech
Toda hora rola um insight
Já fui fã do Jethro Tull
Hoje me amarro no Slash
Minha vida agora é cool
Meu passado é que foi trash…”
Célia Cristina: as palavras não são do Prefeito, são de um empresário, portanto também uma pessoa esclarecida e, já que você gostou, up-to-date com as modernas técnicas de gestão. Já os nossos textos não são efetivamente feitos para o povão. Isso você pode denotar pelo nível dos comentários. Nós escrevemos para pessoas no mínimo medianamente informadas, como você, com o objetivo de disseminar nossas idéias pelos chamados formadores de opinião. São essas pessoas que, ao se tornarem líderes em suas comunidades, trarão condições de proporcionar educação para o que você chama de povão.
Denota-se a “opinião” que o povão tem, certamente fomentada pelos seus “líderes”, os “formadores de opinião”… Afinal, para eleger a quem elegem não é preciso muito. Esquece o preclaro que “o governo é do povo e para o povo” e não de uma súcia de letrados para uma corja de pobres “deseducados”. A Educação, caro, é muitíssimo mais do que alguns conceitos americanizados a “la Carmem Miranda”… O povo precisa da educação formal, o que não quer dizer que é mal educado; basta afirmar que Educação e Honestidade andam juntas. O Prefeito precisa é ter consciência dessas coisas e chegar mais perto do povo e do que precisa o povo.