Aniversário de casamento entre o então presidente Fernando Henrique Cardoso e a falecida Dona Ruth. Resolvem jantar fora. O restaurante escolhido foi o Francisco (Asbac), localizado às margens do Lago Paranoá, com um visual pra lá de romântico, em área nobre de Brasília.
O chef catarinense Francisco Ansiliero, um mago do bacalhau e dos cortes de carne brasileiros, resolve oferecer de presente o vinho predileto de FHC, não por acaso, um dos mais caros da adega.
A adega é uma das maiores do Brasil e o vinho é um “La Romanée-Conti”, produzido na Côte de Nuits (França), que não sai por menos de US$ 6 mil a garrafa, ou seja, cerca de R$ 10,5 mil.
O casal, cercado por seguranças, pede uma entradinha e beberica lentamente o vinho reverenciado por enólogos e enófilos do mundo inteiro. Não se sabe se, ou pelo efeito da quantia em dinheiro que passava por suas gargantas – equivalente a 20 salários mínimos – ou se pelo efeito embriagante do maior vinho da Borgonha, deu um soninho nos dois. FHC pede a conta.
Lá vem a dolorosa e nela consta algumas garrafinhas de água e uma entrada, que não devem ter custado R$ 50. O Presidente da República Federativa do Brasil deixa a pompa de lado e cutuca com o cotovelo um de seus seguranças. O segurança tira R$ 50 do bolso e paga a conta.
