A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) aumentou suas estimativas para a inserção do complexo soja, que compreende farelo, grão e óleo, em países estrangeiros. A projeção é a nação exportar 29,2 milhões de toneladas do grão à temporada 2010/2011, superior à avaliação anterior, de 29 milhões, e bem acima das 28 milhões presentes na safra passada.
Henrique Paes Barros, economista da entidade, assegura que a atual demanda continua intensa, principalmente na China, algo que dá aval para a elevação das expectativas.
A Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja/MT) divulgou na terceira semana de junho que a área plantada com o grão no Estado, que lidera a colheita do produto no país, deverá cair 2% na temporada que começará a ser semeada em setembro. Serão, conforme a entidade, 6,094 milhões de hectares em 2010/11, ante os 6,217 milhões de 2009/10.
No ciclo passado, a produção mato-grossense alcançou 18,81 milhões de toneladas, conforme a Aprosoja/MT, 7,8% mais que em 2008/09. Este incremento foi garantido pelo aumento da área (9,1%), já que, conforme a associação, a produtividade das lavouras caiu quase 1%.
Um fator importante para o aumento da demanda de soja no país é o aumento do biodiesel no diesel. Que demandou cerca de 4 milhões de toneladas com a mudança de 3% para 5%, agora em 2010, no diesel vendido nos postos do Brasil.
“O governo tem feito pouca coisa para incentivar (o plantio), o produtor está muito individado, e o Estado não tem logística” disse Glauber Silveira, presidente da Aprosoja/MT sobre a diminuição da área de produção do maior estado produtor do Brasil.
No mercado futuro as importações de soja pela China, maior comprador mundial da commodity, influenciaram no preço com notícias de um possível crescimento de até 6% em 2011, impulsionadas pelo aumento do poder de compra dos cidadãos, bem como pela migração da população rural para as cidades.
Estimar um volume de 50 milhões de toneladas em importações da oleaginosa “poderia ser algo conservador”, afirmou na última terça-feira (29/06), Phillip Laney, diretor do Conselho Americano para Exportação de Soja – US Soybean Export Council. “Não devem ser 60 milhões de toneladas, mas 51 ou 52 milhões”, afirmou Laney ao se referir à média do quanto deve ser importado pelo ‘gigante asiático’.
Estimativas apontam que o consumo de soja na China aumenta ano após ano, entre 7% e 9%, seguindo o crescente ritmo de urbanização do país. Há cerca de 30 anos, um quinto da população chinesa vivia no campo, contra quase metade de seu total, em 2010.
Os números refletem o crescimento e a necessidade de mão-de-obra da indústria chinesa, que recruta trabalhadores em todas as partes do país.
Os mercados referentes ao mês de julho reagiram às informações e importações da China, reduções de área para plantio e novas formas de utilização da soja, como o biodiesel. E uma alta foi provocada, verificada pelo gráfico dos preços da BMF&Bovespa e do Cepea. As tendências então são de alta para os preços da soja tanto no mercado interno como externo.

