O Instituto Datafolha (ou datafalha como dizem os petistas) realizou pesquisa sobre o impacto da crise surgida na Casa Civil da Presidência da República no processo eleitoral. Como já imaginávamos, impactou pouco. O efeito relevante mesmo foi causado nos eleitores de Serra e Marina. Leia trecho esclarecedor do relatório do Instituto:
“Aproximadamente metade dos brasileiros (52%) tomou conhecimento da demissão da ex-ministra da Casa Civil, Erenice Guerra. Dentre estes, 13% julgam-se bem informados sobre o episódio. A constatação é mais freqüente entre os que têm renda superior a 10 salários mínimos (42%) e entre os mais escolarizados (30%). Não tomaram conhecimento especialmente os mais jovens (61%), os que têm menor renda (59%) e os que têm nível fundamental de escolaridade (59%).
Sobre os motivos da saída de Erenice, 47% afirmam acreditar que seu filho, Israel Guerra, realmente recebia comissão para favorecer empresas junto ao governo. Outros 40% não sabem responder à questão. Além disso, metade dos entrevistados (48%) acha que a ex-ministra sabia da atuação do filho. Em ambos os casos, as taxas mais expressivas dos que acreditam no tráfico de influência e no conhecimento de Erenice sobre o fato encontram-se entre os mais ricos e mais escolarizados.
À pergunta se o presidente Lula sabia do tráfico de influência dentro da Casa Civil, 27% respondem que sim contra 33% que afirmam o contrário e 40% que não sabem opinar. Quando a questão se refere ao conhecimento de Dilma Rousseff sobre o caso, 33% acham que a candidata sabia contra 27% que não acreditam na hipótese e 40% que não conseguem opinar.
Entre os que se julgam bem informados sobre a saída de Erenice Guerra do ministério, Dilma tem 47% das intenções de voto contra 30% de José Serra e 17% de Marina Silva.”
Como se pode ver, vale, mais do que nunca, a afirmação de que “aqueles que elegem os políticos são os que satisfazem suas necessidades de higiene pessoal com os jornais, não aqueles que os usam para se informar.”
