Triatlhon internacional: esforço máximo na Chapada Diamantina.

Weimar Pettengill, à direita na foto, na ultra maratona do Pantanal.

De hoje até o dia 19, 218 atletas de 11 países – provenientes de modalidades diversas como ciclismo de estrada, triatlhon e corrida de aventura – experimentarão as incríveis oscilações de altitude, a mudança de temperatura, as incríveis trilhas da época do garimpo, além dos desgastantes 565 km de pedal, distribuídos em 06 dias.

O esforço começa de fato amanhã, mas a viagem já foi digna de nota, segundo relata Weimar Pettengill, veterano competidor:

“ Saímos de Brasília em sete carros, com 18 pessoas – incluíndo os três representantes goianos Rodrigo Silva (Pézinho), César Almeida e Paulo Freitas (Paulete). Pernoitamos em Lençóis – cidade considerada um dos 10 melhores destinos turísticos do Brasil, e porta de entrada para um paraíso do ecoturismo e do turismo de aventura.
Surgida em meados do século XIX por conta da saga em busca de diamantes, a cidade explora agora a vocação de receptivo turístico em função do enorme patrimônio natural conservado, e o trânsito de estrangeiros pode ser percebido pelas rodas de conversa nas mesas dos restaurantes e bares, postas na rua, assim mesmo, aconchegantemente. Espanhol, alemão, inglês, italiano – entre os que pude perceber facilmente!
A incontrolável vontade de pedalar (quero ver na sexta-feira que vem!) nos fez separar o grupo hoje pela manhã. Enquanto uma parte seguiu diretamente para Mucugê – a primeira base do evento – ficamos Cláudio Van Damme, Robert Schneider, meu parceiro Alberto Jara e eu para uma trilha de reconhecimento na região de Lençóis – desesperados para testar a bike, os ajustes, a relação e claro, apaziguar a ansiedade.

O começo foi tenso: enquanto descíamos uma ladeira de asfalto, velocidade aproximada de 45 km/h, o Alberto distraíu-se me contando um caso enquanto um quadricliclo à sua frente quase acaba de vez com nossos planos. Ao fazer uma manobra brusca sem olhar para trás, o condutor do quadriciclo se postou no meio da rua, e somente com muita sorte e uma manobra cinematográfica foi possível escapar do acidente. Gritei muito para alertá-lo, e depois do episódio senti as pernas fraquejarem com o jato de adrenalina.
Embora discorde de quando me chamam de “sem noção”, “tarja preta” e outros nomes menos “publicáveis”, não vacilei quando soube de uma estrada que corta caminho entre Lençóis e Andaraí. Nos prometeram 36 km feitos em 50 minutos, que evitariam mais de 100 km de asfalto.
Entramos para uma estrada linda, com sinais de completo abandono, e recomendada apenas para veículos 4×4. Apesar de ser uma camioneta, a minha não tem tração, mas e daí?
Gastamos mais de 03 horas para percorrer 32 km – de bike seria muito mais rápido. Montanhas, valas, erosão, rios, pedras, cachoeiras, areião. Tudo para montar um excelente cenário – até conhecer a saída dos rios na Bahia.
Meu Rei, atolamos até não poder mais, duas vezes. Na primeira fomos salvos por dois Trollers e um clube de jipeiros que, além do reboque, nos presentearam com espetinhos de carne, frango e cerveja – naquela situação, irrecusável.
Depois do susto, chegamos à Vila Claro Brasil Ride em Mucugê, onde foi montada uma estrutura que nunca tinha visto em eventos de Mountain Bike no Brasil. Uma recepção digna de astros, mostrando para os atletas brasileiros e estrangeiros o clima que deveremos encontrar nos próximos dias.

Um mar de barracas individuais, espaçosas e com um presente: colchão. O kit de prova é do tipo que nos acostuma mal: sacola, boné, camisa, adesivos, chinelos, óleo biodegradável para a corrente, credenciais e o mais caro: Simpatia!

Novos e velhos amigos. Nem o idioma é barreira para o sorriso distribuído por todos neste primeiro dia. Somente uma certa ansiedade quando começamos a especular sobre o prólogo – uma prévia da prova com apenas 13 km que acontecerá amanhã – que já foi atestada por alguns: o verdadeiro mountain bike nos espera amanhã, para uma trilha fechada, altamente técnica, cheia de pedras, valas e degraus. Alguns já se machucaram hoje no reconhecimento, e o trecho inspira cuidado.

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

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