Troque um deputado por 344 professores.

Recebemos esta carta de um professor do interior da Bahia. Anônimo, por motivos óbvios. Quem remeteu a cópia do e-mail foi um amigo de Porto Alegre. Então o fato já circula em todo o País. Leiam com atenção a íntegra da carta:

Prezado  amigo!

Sou  professor de Física, de ensino médio de uma  escola pública em uma cidade do interior da  Bahia e gostaria de expor a você o meu  salário bruto mensal:  R$650,00
Eu  fico com vergonha até de dizer, mas meu salário  é mesmo R$650,00. Isso mesmo! E olha que eu ganho mais  que outros colegas de profissão que não possuem  um curso superior como eu e recebem minguados  R$440,00. Será que alguém acha que, com um  salário assim, a rede de ensino poderá contar  com professores competentes e dispostos a  ensinar? Não querendo generalizar, pois ainda  existem bons professores lecionando, atualmente  a regra é essa: O professor faz de conta que dá  aula, o aluno faz de conta que aprende, o  Governo faz de conta que paga e a escola aprova  o aluno mal preparado. Incrível, mas é a pura  verdade! Sinceramente, eu leciono porque sou um  idealista e atualmente vejo a profissão como um  trabalho social. Mas nessa semana, o soco que  tomei na boca do estomago do meu idealismo foi  duro!
Descobri que um  parlamentar brasileiro custa para o país R$10,2  milhões por ano.  São os parlamentares mais caros do mundo. O  minuto trabalhado aqui custa ao contribuinte R$11.545.
Na  Itália, são gastos com parlamentares R$3,9  milhões, na França, pouco mais de R$2,8 milhões,  na Espanha, cada parlamentar custa por ano R$850  mil e na vizinha Argentina R$1,3 milhões.
Trocando  em miúdos, um parlamentar custa ao país, por  baixo, 688 professores com curso superior  !
Diante  dos fatos, gostaria muito, amigo, que você  divulgasse minha campanha, na qual o lema  será:
‘Troque  um parlamentar por 344  professores’.

Avatar de Desconhecido

Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

3 comentários em “Troque um deputado por 344 professores.”

  1. PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 480, DE 2007
    Determina a obrigatoriedade de os agentes públicos eleitos matricularem seus filhos e demais dependentes em escolas públicas até 2014.
    IDÉIA SENSACIONAL!
    PROJETO DE LEI DO SENADO Nº, DE 2007
    PLS – PROJETO DE LEI DO SENADO, Nº 480 de 2007
    Determina a obrigatoriedade de os agentes públicos eleitos matricularem seus filhos e demais dependentes em escolas públicas até 2014.
    O CONGRESSO NACIONAL decreta:
    Art. 1º
    Os agentes públicos eleitos para os Poderes Executivo e Legislativo federais, estaduais, municipais e do Distrito Federal são obrigados a matricular seus filhos e demais dependentes em escolas públicas de educação básica.

    Art. 2º
    Esta Lei deverá estar em vigor em todo o Brasil até, no máximo, 1º de janeiro de 2014.
    Parágrafo Único. As Câmaras de Vereadores e Assembléias Legislativas Estaduais poderão antecipar este prazo para suas unidades respectivas.

    JUSTIFICAÇÃO
    No Brasil, os filhos dos dirigentes políticos estudam a educação básica em escolas privadas. Isto mostra, em primeiro lugar, a má qualidade da escola pública brasileira, e, em segundo lugar, o descaso dos dirigentes para com o ensino público.
    Talvez não haja maior prova do desapreço para com a educação das crianças do povo, do que ter os filhos dos dirigentes brasileiros, salvo raras exceções, estudando em escolas privadas. Esta é uma forma de corrupção discreta da elite dirigente que, ao invés de resolver os problemas nacionais, busca proteger-se contra as tragédias do povo, criando privilégios.
    Além de deixarem as escolas públicas abandonadas, ao se ampararem nas escolas privadas, as autoridades brasileiras criaram a possibilidade de se beneficiarem de descontos no Imposto de Renda para financiar os custos da educação privada de seus filhos.
    Pode-se estimar que os 64.810 ocupantes de cargos eleitorais –vereadores, prefeitos e vice-prefeitos, deputados estaduais, federais, senadores e seus suplentes, governadores e vice-governadores, Presidente e Vice-Presidente da República – deduzam um valor total de mais de 150 milhões de reais nas suas respectivas declarações de imposto de renda, com o fim de financiar a escola privada de seus filhos alcançando a dedução de R$ 2.373,84 inclusive no exterior. Considerando apenas um dependente por ocupante de cargo eleitoras.
    O presente Projeto de Lei permitirá que se alcance, entre outros, os seguintes objetivos:
    a) ético: comprometerá o representante do povo com a escola que atende ao povo;
    b) político: certamente provocará um maior interesse das autoridades para com a educação pública com a conseqüente melhoria da qualidade dessas escolas.
    c) financeiro: evitará a “evasão legal” de mais de 12 milhões de reais por mês, o que aumentaria a disponibilidade de recursos fiscais à disposição do setor público, inclusive para a educação;
    d) estratégica: os governantes sentirão diretamente a urgência de, em sete anos, desenvolver a qualidade da educação pública no Brasil.
    Se esta proposta tivesse sido adotada no momento da Proclamação da República, como um gesto republicano, a realidade social brasileira seria hoje completamente diferente. Entretanto, a tradição de 118 anos de uma República que separa as massas e a elite, uma sem direitos e a outra com privilégios, não permite a implementação imediata desta decisão.
    Ficou escolhido por isto o ano de 2014, quando a República estará completando 125 anos de sua proclamação. É um prazo muito longo desde 1889, mas suficiente para que as escolas públicas brasileiras tenham a qualidade que a elite dirigente exige para a escola de seus filhos.
    Seria injustificado, depois de tanto tempo, que o Brasil ainda tivesse duas educações – uma para os filhos de seus dirigentes e outra para os filhos do povo –, como nos mais antigos sistemas monárquicos, onde a educação era reservada para os nobres.
    Diante do exposto, solicitamos o apoio dos ilustres colegas para a aprovação deste projeto.
    Sala das Sessões,

    Senador CRISTOVAM BUARQUE

    Em tempo: pela coerência que o Senador Cristovam Buarque apresenta em seus argumentos e projetos em prol da educação, ninguém melhor do que ele para governar os rumos desse país.

    PARABÉNS PARA O SENADOR CRISTOVAM BUARQUE.
    BOA SORTE JUNTO A SEUS PARES.

  2. Essa idéia se assemelha, e muito, a do cantor Eduardo Dusek, “Troque seu cachorro por uma criança pobre.” O Sen. CRISTOVAM BUARQUE sempre mereceu o meu respeito, quem sabe em 2014 nao consigamos elege-lo Presidente. Por enquanto seu projeto é um tiro no pé uma vez que nao encontrara eco entre seus pares.

Deixe um comentário