Gol e TAM lideram ranking de aéreas mais inseguras.

As companhias aéreas brasileiras TAM e Gol permanecem nas últimas posições no ranking anual de segurança divulgado pela instituição alemã Jet Airliner Crash Data Evaluation Center (Jacdec) e publicado este mês pela revista Aero International. A lista traz a classificação das 60 maiores empresas de aviação civil do mundo. Assim como no ano passado, a TAM ocupa a última posição. A Gol, por sua vez, ultrapassou a China Airlines, chegando ao 58º lugar.
Nas primeiras sete posições estão empresas que não registraram nenhum acidente grave nos últimos 30 anos. São elas: Qantas, Finnair, Air New Zealand, TAP Portugal, Cathay Pacific, All Nippon e Air Berlin. O ranking cria um índice baseado no número de acidentes (considerando mortes e perda de aeronaves) e na quantidade de passageiros transportados por quilômetro rodado durante os últimos 30 anos.
A TAM tem seis acidentes registrados desde que foi criada, em 1980, contabilizando 336 mortes. A Gol, fundada em 2001, teve um acidente, em 2006, com 154 mortes. Em 2010, morreram 829 pessoas em acidentes aéreos, ante 766 no ano anterior. No entanto, nenhum dos casos envolveu alguma das 60 maiores companhias aéreas do mundo, o que gera poucas alterações no ranking.
Em nota, a TAM afirmou que segue os mais elevados padrões de segurança do mundo, atendendo rigorosamente os regulamentos das autoridades brasileiras e internacionais, citando a americana Federal Aviation Administration (FAA) e a europeia European Aviation Safety Agency (EASA).
Já a Gol diz que o ranking não leva em consideração as causas dos acidentes. Em nota, a companhia informa que não foi o agente causador, conforme aponta relatório conclusivo do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes (Cenipa), no único acidente do tipo envolvendo avião da companhia, em 29 de setembro de 2006.

Um acidente não tem uma única causa: é uma série de pequenos incidentes. A Gol realmente não pode ser culpada do acidente de 2006, quando concorreram, na tragédia, um controlador aéreo e dois pilotos relapsos. Por outro lado, a TAM teve alta parcela de culpa nos seus acidentes. Num, teve o reverso de uma turbina do F100 aberto em plena decolagem e o co-piloto insistiu em dar aceleração na turbina defeituosa, quando poderia completar o processo com apenas um motor. No segundo, também em Congonhas, apesar de saber que não tinha reverso numa das turbinas, o piloto insistiu em pousar numa pista acanhada, inundada por chuva forte e ainda acelerou a turbina direita para tentar uma manobra arriscada de dar um cavalo-de-pau.

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

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