Delegado Regional de Polícia diz que cadeia de Luís Eduardo está muito fragilizada.

“Já virou uma peneira porque tem muita fuga, você acaba tendo que refazer a cadeia de um modo que não é ideal”. Assim o delegado regional, André Aragão, refere-se às duas celas que compõem a detenção da Delegacia de Polícia Judiciária de Luís Eduardo. A cadeia deveria servir apenas para detenções provisórias, para detidos em situação de flagrante e somente até a determinação de prisão preventiva pela Justiça ou soltura.

No entanto, as cadeias do interior da Bahia foram transformadas em presídio, superlotadas, onde até presos que cumprem penas longas esperam a remoção para presídios.

Entre os fugitivos estão acusados de crimes como homicídio e tráfico de drogas. Os presos cavaram um buraco em uma das duas celas da delegacia e conseguiram chegar ao lado externo da unidade.

A cela em que houve a fuga estava superlotada, com 59 presos em ambiente com capacidade para até 12 pessoas. A fragilidade da cadeia foi atestada pelo delegado responsável pela região, que a classificou como “peneira”.

“Já virou uma peneira porque tem muita fuga, você acaba tendo que refazer a cadeia de um modo que não é ideal”, afirmou o delegado André Aragão, responsável pela 11ª Coorpin (Coordenação de Polícia do Interior) da Polícia Civil baiana.

O delegado também atribuiu o problema ao “efetivo muito reduzido” da delegacia. “O pessoal não tem tempo de fazer uma coisa e outra”, afirmou. No momento da fuga, dois policiais estavam de plantão no local. Quando a fuga iniciou, em torno de 5 horas da manhã, ainda tiveram tempo para segurar na cela alguns detidos, solicitando então reforços à Polícia Militar.

De acordo com o escrivão Francisco Júnior, que trabalha na unidade, os policiais só perceberam a fuga quando os presos já escapavam, e ainda conseguiram impedir que mais detentos fugissem. Foi a quarta tentativa de fuga e a primeira bem sucedida registrada na delegacia somente nas últimas semanas. “A carceragem está toda esburacada de fugas”, afirmou o escrivão.

Em 2009, cerca de 20 presos fugiram da mesma delegacia. Para a fuga em massa desta segunda, os presos utilizaram objetos de metal para escavar um túnel, e esconderam a terra na própria cela. “Com 50 presos cavando ao mesmo tempo, pode ser que tenham escavado o túnel em um dia”, disse o delegado Aragão.

Fotos de 24 dos mais perigosos detidos em fuga, coletadas pelo blog do Sigi Vilares junto à Delegacia de LEM:


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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

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