A morte de Herzog e a resistência dos jornalistas.

A morte de Vladimir Herzog, em 25 de outubro de 1975, foi uma das passagens mais negras do regime de 1964. Jornalista, diretor da TV Cultura, foi chamado a depor na sede do DOI-CODI, o mais terrível centro da repressão no País. No outro dia Vlado, como era conhecido, estava morto, com um laudo de necrópsia, falso, indicando suicídio. O ocorrido acabou causando a queda do poderoso comandante do II Exército, general Ednardo D´Ávila Mello, demitido por Ernesto Geisel, em 1976, depois de mais uma morte no DOI-CODI, desta vez do operário Manuel Fiel Filho, contra a posição do ministro da força, Sylvio Frota. Começa então, a queda da chamada Linha Dura do Exército, que queria a continuidade do arbítrio e da repressão. Sylvio Frota tentou candidatar-se à sucessão de Geisel, mas acabou demitido.

O jornal “Unidade” do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, dirigido então por Audálio Dantas, levantou-se contra a morte de Herzog, publicando manifesto em que assinaram 1.004 jornalistas, quase a metade deles gaúchos. Vale a pena ler toda a matéria no site Observatório da Imprensa, para conhecer parte da história dos últimos 40 anos do País, principalmente aquela em que um punhado de brasileiros resistiram, com determinação, à instalação de um regime de horror no País.

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

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