O Ministério Público Federal na Bahia (MPF/BA) denunciou quatro ex-dirigentes da Cooperativa de Crédito Rural do Oeste (Sicoob Oeste), com sede em Barreiras (BA), por gestão fraudulenta. Entre 1998 e 2002, o grupo causou prejuízo de 4,6 milhões de reais à cooperativa por transferir, indevidamente, o patrimônio da instituição financeira para si, bem como para amigos e parentes, valendo-se do poder de gestão que ali detinham.
De acordo com a denúncia assinada pelo procurador da República André Batista Neves, até mesmo títulos da dívida pública do Brasil Império e início da República, obviamente já prescritos, foram adquiridos pelo grupo a fim de desfalcar o patrimônio da Sicoob. A pretexto de adquirir esses títulos, que nada valiam desde julho de 1974, os ex-gestores fizeram com que a instituição financeira gastasse quantias expressivas. Somente com essas operações, o grupo gerou prejuízo de quase 272 mil reais transferindo dos cofres da cooperativa o montante para beneficiários não identificados.
Também houve concessão indevida e reiterada de crédito sem respeitar a devida prudência e segurança que regem as práticas bancárias, a exemplo do Regulamento para Concessão e Controle de Crédito da Instituição Financeira. Muitas vezes os valores financiados eram incompatíveis com os salários dos beneficiados e acima de sua capacidade de pagamento. É o caso, por exemplo, de devedores que conseguiram empréstimos, cujas operações foram classificadas de alto risco, chegando a comprometer a renda em estratosféricos 4.000% a 7,500%. Além disso, diversos empréstimos foram firmados sem qualquer tipo de garantia, avalistas ou testemunhas que respaldassem a obrigação assumida.
A notícia, divulgada hoje pelo Ministério Público Federal na Bahia não cita nomes, nem concessões de folhas de pagamento do Município à instituição de crédito e financiamentos de campanha eleitorais no Município, fatos que deram início à investigação.
