A presidente Dilma Rousseff falou nesta sexta-feira (17), pela primeira vez, sobre a polêmica envolvendo o sigilo dos documentos públicos brasileiros. Ela deixou claro que “era a favor” da divulgação completa de todos os documentos, mas que mudou de opinião e vai defender a proposta original enviada ainda pelo governo Lula, que abre brechas para que documentos ligados a três temas permaneçam em segredo por tempo indeterminado. É o que defendem também os ex-presidente José Sarney (PMDB-AP) e Fernando Collor (PTB-AL), atualmente senadores. O G1 traz os argumentos de Dilma:
“Estão fazendo uma confusão porque eu vi recentemente que estava em sigilo a violação de direitos humanos. Em apenas três situações o governo tolera a classificação de ultrassecreto, por recomendação do Ministério da Defesa e do Itamaraty: ameaça à soberania nacional, integridade ao território e grave risco às relações internacionais do país”, disse. (…) Segundo a presidente, “não poderão ser classificados de ultrassecretos em hipótese alguma documentos relacionados à violação de direitos humanos. Isso está explícito”.
Com sua declaração, Dilma tenta deixar claro o que a ministra das Relações Internacionais falou na quinta-feira: que os papéis sobre os crimes cometidos durante o regime militar não ficarão sob sigilo. Esta é uma questão que mexe com a impressão que se tem da presidente, uma vez que ela foi uma das vítimas de tortura durante o governo militar que controlou o Brasil entre 1964 e 1985. Por José Antonio Lima, da Época.
