Arrancadão é sucesso na Kichiro Murata. Pena os malucos das manobras radicais.

A Associação de Automobilismo do Oeste Baiano realizou, neste final de semana, mais uma competição de arrancadas na avenida Kichiro Murata. A organização do evento providenciou o isolamento do público, uma proteção de pneus, a vigilância de seguranças para que os assistentes não invadissem a pista e até cronometragem eletrônica, a partir de um starter que o pessoal chama de “pinheirinho”.  É muito difícil calcular, mas entre 1.500 e 2.000 pessoas estavam na assistência hoje.

Tiago: piloto, cronometrista e organizador acha que as manobras radicais não deveriam acontecer.

Lamentável foi a repetição das apresentações de “zerinhos” e “cavalos-de-pau”, um perigo para a assistência. Valmor Stresser, presidente da Associação, diz que o público gosta dessas performances, na verdade uma maluquice em que a competição é ver quem primeiro estoura os pneus. Também concorda com ele, Rafael Caetano, diretor de Arrancadas da Associação e piloto. Tiago Lauffer, piloto veterano, cronometrista e um dos que mais contribuem para a organização, afirma que também é contrário à apresentação dos “malucos do cavalo-de-pau”, mas que os mesmos acabam obtendo a autorização da Secretaria de Esportes e Lazer e a organização nada pode fazer.

As apresentações da Chevy amarela de Silvano Júnior, da Roda Velha, e do jipe do piloto conhecido como “Fumaça”, equipado com um capacete, bermudas e tênis arrancaram gritos de entusiasmo do locutor do evento e da torcida, mas a verdade é que a Secretaria de Esportes e Lazer, bem como a Secretaria de Segurança, que autorizam a realização dessas aventuras automobilísticas, correm risco desnecessário. Se eventualmente um carro desses invadir a assistência, as consequências podem ser funestas e a responsabilidade recairá sobre as autoridades.

Valmor Stresser e Rafael Caetano acreditam que o público gosta mais das manobras arriscadas do que da competição de arrancada.

Carros de passeio participaram dentro de uma nova categoria.

Quanto mais fumaça e mais loucura, mais o público vibra.

Se o cavalo-de-pau foi realizado apenas com uma mão fica ainda mais radical?

É só trocar o pneu estourado e iniciar outra série de manobras. Vale a pena? Se os organizadores, patrocinadores e gestores públicos querem permitir esse tipo de apresentação, deveriam providenciar guard-rails ou muros de concreto e arquibancadas isoladas da pista de exibição.

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

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