O depoimento de Pagot, *misancene de cinismo digna dos maiores canastrões.

A opereta bufa: todos riem e vão felizes para casa.

O que transpareceu no depoimento de Luiz Antonio Pagot, hoje, na audiência pública do Senado, foi que, no final de semana, alinhavou-se, costurou-se e overlocou-se, um enorme acordão no Governo Dilma.

Pagot, mesmo saindo do DNIT após as férias e entrando para a iniciativa privada, ganhou um passaporte azul para trafegar, alegrinho, pelas dependências do Executivo, trocando o boné de receptor para indutor de negócios. Não deixará de frequentar o prédio sinistro do Setor de Autarquias Norte, nem de transitar pela Esplanada misteriosa, sedento de fazer valer o seu talento de prestidigitador das obras mais suculentas.

Pagot – desculpem o trocadilho maroto – pagou pra ver e, após locupletar-se, sai desta limpinho da Silva, pois conquistou os favores de todos aqueles que deixou de acusar.

*misancene ou mise-en-scéne, representação de teatro de péssima qualidade.  

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

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