Tarso Genro, governador do Rio Grande do Sul e ex-ministro da Justiça, portanto ex-chefe da Polícia Federal, reconhecendo sua incapacidade de resolver o problema da corrupção dentro do DNIT:
“Todo mundo sabe que é um problema que tem 20 anos dentro daquele órgão. É muito bom que a presidenta [Dilma] tenha modificado todo mundo.”
Reportagem da revista ÉPOCA desta semana mostra que, no fim de 2006, Erenice rejeitou uma proposta de investigação sobre denúncias graves que envolviam o Ministério dos Transportes, hoje no olho do furacão de um novo escândalo.
Como conta a reportagem, as denúncias chegaram a Erenice por meio de uma carta anônima que contava detalhes de escândalo muito semelhante ao atual. Após um dia para refletir, Erenice decidiu que era melhor não abrir uma investigação:
A carta denúncia chegou ao governo depois de recebida em casa por um alto funcionário da Secretaria de Controle Interno do Palácio (Ciset), órgão que fiscaliza a lisura dos contratos firmados pela Presidência. O funcionário diz que a carta era anônima. Apesar de apócrifa, os auditores do Palácio se convenceram da necessidade de apurar. Diante do conteúdo delicado do documento, decidiram procurar Erenice Guerra. ÉPOCA ouviu dois funcionários da Ciset que acompanharam a história para saber o que aconteceu. De acordo com eles, depois de ler a carta, Erenice pediu um tempo para reflexão. Mais tarde, no mesmo dia, informou que não aceitaria a recomendação – mandar investigar a denúncia – para não criar problemas com a base governista no Congresso Nacional.
Pergunta-se: se sabiam do problema por que não pediram licença ao chefe Lula e derrubaram a porta com um ponta-pé? Ou o significado da palavra conivência mudou ou a corrupção paralisou o aparato policial do Governo Federal.
