Lembra de Jorgina de Freitas, a fraudadora do INSS, que andou fugida lá pela Costa Rica e depois foi extraditada para o Brasil? Pois ela cumpriu uns tempos de cadeia, conseguiu liberdade condicional e agora é assessora da Presidência da CEDAE, empresa estatal do Rio de Janeiro.
Qualquer dia está fazendo palestras, ensinando os macetes das fraudes para interessados.
A fraude de Jorgina consistia em aumentar indevidamente o cálculo judicial de aposentadorias supostamente devidas. Os juízes integrantes da quadrilha homologavam o cálculo e determinavam o pagamento, que era feito imediatamente pelo braço da quadrilha dentro do INSS. Foram desviados mais de R$ 500 milhões. Em 2011, a denúncia do Ministério Público contra a quadrilha completa 20 anos. Para os demais imóveis sequestrados de Jorgina de Freitas, cerca de 60, o presidente do TJ-RJ determinou nova avaliação para que sejam colocados à venda.
A extensão do rombo provocado pelos fraudadores nos cofres previdenciários ficou evidenciada com a descoberta dos desvios promovidos pela ex-procuradora do INSS Jorgina de Freitas, ainda no início da década de 1990. No comando de uma quadrilha, Jorgina conseguiu abocanhar R$ 310 milhões, em valores atuais. O que significa dizer que, sozinha, ela movimentou metade dos R$ 660 milhões de prejuízo estimado com as fraudes neste ano.
Jorgina bem que tentou escapar com essa fortuna, fugindo do Brasil para a Costa Rica. Mas foi extraditada em 1997, para cumprir pena de 12 anos, à qual foi condenada cinco anos antes. Do total desviado do INSS, o governo consegui reaver apenas R$ 82 milhões. Como nos filmes de ficção, além da fuga do país, a ex-procuradora, que ficou conhecida nacionalmente, tentou mudar suas feições se submetendo a uma série de cirurgias plásticas.
Desde o ano passado, ela cumpre pena em regime semi-aberto, em presídio do Rio de Janeiro, que lhe permite trabalhar durante o dia e apenas dormir na penitenciária, mas grande parte dos 12 anos de condenação foram cumpridos em regime fechado, no Instituto Penal Talavera Bruce, também no Rio. Para consumir parte do seu tempo na prisão, Jorgina, que nunca escondeu sua vaidade, tratou de coordenar o concurso Miss Presidiária, hoje tradicional no sistema penitenciário.
