Polícia e traficantes perseguem jornalistas no México. A saída são os blogs.

Depois de verem a imprensa acuada pela combinação da violência do narcotráfico e da polícia contra jornalistas, os mexicanos descobriram uma nova fórmula para buscar notícias sobre a guerra entre os cartéis da droga e o governo, um conflito que já matou 66 jornalistas e 14 mil civis e militares na última década.

Até a Agência Norte-Americana de Combate às Drogas (DEA, na sigla em inglês) passou a acompanhar o drama mexicano por meio dos blogs criados por quase 30 jornalistas e cidadãos comuns que passaram a ser a linha de frente numa narcoguerra que a grande imprensa trata com luvas de pelica por temor de represálias.

O fenômeno dos narcoblogs, como o popularíssimo Blog del Narco, que tem cerca de 50 mil acessos diários, provocou uma mudança radical nos hábitos informativos dos mexicanos. Eles agora buscam mais informações nos blogs em vez da imprensa convencional.

Isto é o resultado de uma dupla pressão sobre as redações. Se por um lado o crime organizado transformou os jornalistas em alvos preferenciais, por outro a polícia também passou a usar a intimidação sobre repórteres e editores como forma para impedir denúncias de corrupção nos organismos de segurança pública.

Esta dupla armadilha montada sobre a imprensa é claramente visível no México por conta da radicalização da narcoguerra, mas ela acontece em quase todos os países latino-americanos, inclusive no Brasil. Da Revista Fórum.

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

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