Privatização dos cartórios deve demorar um ano. Isso se Wagner não vetar.

A corregedora-geral do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministra Eliana Calmon, disse ontem que se a lei que privatiza os cartórios extrajudiciais da Bahia for sancionada, o povo baiano ainda terá de esperar pelo menos um ano até que os cartórios funcionem bem. A ministra considera inconstitucional o projeto aprovado na terça-feira (30) pela Assembleia Legislativa.
“Aprovada essa lei, nós ainda vamos esperar, no mínimo, um ano. Precisamos ter o concurso público, aprovação e nomeação pra organizar os cartórios. O povo não pode mais esperar. A situação dos cartórios é critica”, afirmou Calmon, que defende a privatização gradual das unidades. “É assim que prevê a Constituição. As serventias só podem ser substituídas a partir de sua vacância. Os titulares têm direitos adquiridos”, disse, durante reunião extraordinária no Ministério Público da Bahia (MP).
Ela se mostrou esperançosa de que ações sejam impetradas por entidades e disse acreditar no veto da lei pelo governador Jaques Wagner.“Dizem que o governador vai se desgastar politicamente caso não sancione uma lei aprovada por unanimidade. Na minha cabeça, o maior prejuízo político é ter de consertar uma coisa errada depois”.
A assessoria de Wagner, que tem 15 dias para apreciar a lei, informou que ele passou toda a tarde de ontem em um evento no Rio e não poderia atender o CORREIO. As críticas da ministra também atingiram a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que apoiou publicamente a privatização total e imediata dos cartórios. “Foi uma manifestação populista da OAB. Não houve uma análise apurada”. Através da assessoria, o vice-presidente da OAB na Bahia, Antônio Menezes, informou que não daria declarações sobre o assunto. Informações são do Correio*.

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

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