Essa raça de lobos!

Quem lê o jornais de hoje, da semana, do ano, vê alguém falar em diminuir o tamanho do Estado, em cortar pela metade os legislativos, em injetar eficácia e eficiência na Justiça, em diminuir os impostos e aplicá-los naquilo que realmente interessa?

 Existe coisa mais odiosa que um funcionário público, arrogante, incompetente e improdutivo? Existe algo mais mentiroso e falacioso que um deputado ou vereador ou candidato a tal? Existe instituição mais afeita a rituais inúteis e pouco producentes que o judiciário brasileiro?

Por que no Brasil o professor não ensina, o policial não policia, o economista não administra, o legislador não legisla, o juiz não julga e não permite ser julgado?

Na verdade, o que todos querem e até podem não saber, mas querem, é um estado pequeno, enxuto, eficiente, que se não fizer muito pelos menos não atrapalhe os que fazem pouco, que não obre leis inúteis todo dia, que não invente impostos, que governe bem para não perder o emprego e obviamente que não lance mão do que não é seu, que não se locuplete de seu carguinho.

Então porque os governantes alegam que a oposição é privativista, que quer mesmo é retornar à privataria, neologismo nojento criado pelos estalinistas de plantão, castristas deslumbrados, evistas lenientes e chavistas grosseiros.
“Entregaram o sistema de comunicações, doaram a Vale do Rio Doce, negociaram por mixarias o sistema de geração e transmissão de energia”, são as alegações dos cartorialistas de plantão no Planalto.

Por que eliminar a interminável cornucópia de cargos de confiança; as caixas pretas das grandes estatais, dos fundos de pensão; a indústria de reclamatórias trabalhistas das empresas de economia mista; as vantagens previdenciárias daqueles que pouco fazem, mas ganham muito ao se aposentar cedo porque trabalham muito pouco; as concorrências públicas encomendadas, as compras por 20 vezes o preço real?

O Estado obeso e esclerosado é o mal do Brasil, como foi na maioria dos países europeus, no leste europeu, no extremo oriente, na África. E o que dizer do Império Grande do Norte, onde congresso, justiça e executivo unem-se em aventuras policialescas em países subdesenvolvidos, com objetivos confessos de torturar e eliminar todos aqueles que discordarem da opinião vigente?

Os estatizantes não podem se fantasiar democratas se fazem vistas grossas às mazelas do Estado, não podem esquecer as loucuras de Stálin e Beria, que no dizer do historiador Voltaire Schilling, tanto prenderam, torturaram e fuzilaram, que selecionaram o povo russo ao contrário da teoria evolucionista, preservando apenas o mais fracos, os covardes, os patifes, os medíocres e bajuladores, em detrimento daqueles que ousavam pensar. O mesmo historiador que cita Soljenítsin, em seu Arquipélago Gulag: “Como surgiu essa raça de lobos em meio do nosso povo? É a nossa raiz? É do nosso sangue?”

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

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