Autofagia das oposições brasileiras: PSDB vive seus dias de PT.

O beijo de Judas: Aécio Neves e José Serra. A briga intestina do PSDB revelou que os dois podem parecer, por fora, belas violas, mas por dentro são paus bolorentos.

Agora veio à luz a informação básica: o livro “A Privataria Tucana” nasceu do pedido de Aécio Neves para que o jornal Estado de Minas investigasse o rival José Serra. Escrito pelo jornalista investigativo Amaury Ribeiro Júnior, o livro revela como o ex-governador paulista, seus operadores, seu genro e até sua própria filha enriqueceram com a venda de estatais. É uma resposta aos dossiês montados por Serra, sobre o então governador Aécio Neves, durante a pré-campanha à Presidência, acusando-o inclusive como consumidor de cocaína e de hábitos sexuais pouco frugais.

As principais revelações do livro, às quais este Editor ainda não teve acesso, são, segundo a imprensa nanica:

• Carlos Jereissati, dono da Oi, usou sua empresa Infinity Trading, sediada em paraísos fiscais, para pagar propina a Ricardo Sérgio de Oliveira, na empresa Franton Enterprises.

• A propina pela compra da Oi, segundo o autor do livro, seria próxima a R$ 90 milhões. Jereissati e seus parceiros chegaram ao leilão sem recursos e foram socorridos por fundos de pensão, comandados por Ricardo Sérgio de Oliveira e seu braço direito João Bosco Madeiro.

“Homem do caixa” de campanhas do PSDB, Ricardo Sérgio de Oliveira, é apontado como “artesão” dos consórcios da privatização das telecomunicações no país, promovida em 1998.

• Ricardo Sérgio de Oliveira, que era chamado de “Mr. Big” e se tornou amigo de Serra por intermédio de Clóvis Carvalho, comprou prédios inteiros em Belo Horizonte, que depois foram também vendidos a fundos de pensão estatais. O livro traz documentos e procurações usadas por Ricardo Sérgio e seus laranjas.

• Na privatização da Vale, vencida por Benjamin Steinbruch com recursos dos fundos de pensão, num consórcio organizado por Miguel Ethel e José Brafman, a propina teria sido de R$ 15 milhões.

• Gregório Marin Preciado, “primo” de Serra, organizou o consórcio Guaraniana, que, também com dinheiro dos fundos de pensão, comprou várias distribuidoras de energia no Nordeste, hoje pertencentes ao grupo espanhol Iberdrola, controlador da nossa conhecida baiana COELBA – Companhia de Eletricidade da Bahia.

• Preciado e Ricardo Sérgio jogavam juntos. Boa parte dos depósitos recebeidos pela Franton Enterprises, de Ricardo Sérgio, eram feitos pelo “primo” de Serra. As movimentações da dupla, documentadas no livro de Amaury, somam mais de US$ 20 milhões. Preciado e Serra também aparecem como sócios num terreno em São Paulo. Também na era Serra, o Banco do Brasil teria reduzido uma dívida de R$ 448 milhões de Preciado para míseros R$ 4,1 milhões.

• O livro também aborda a sociedade entre a empresa Decidir.com, de Verônica Serra, filha do ex-governador tucano, com o grupo Opportunity, de Daniel Dantas. A Decidir.com, voltada para leilões na internet, recebeu cerca de R$ 10 milhões em investimentos, mas nunca apresentou resultados. Em abril de 2002, a empresa foi dissolvida.

José Serra e sua pontaria perfeita: com seus métodos duros, já liquidou Roseana Sarney, Ciro Gomes, Alckmin e Aécio Neves. Agora prova de seu próprio veneno com o dossiê de “A Privataria Tucana”.

• Tanto Verônica Serra como Ricardo Sérgio de Oliveira utilizaram a mesma empresa, a Citco, para abrir suas contas no paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas.

Além disso, o livro também revela como Serra teria usado o governo de São Paulo para contratar a empresa Fence e espionar adversários políticos – era essa, aliás, uma das encomendas iniciais do Estado de Minas: descobrir por quem Aécio vinha sendo seguido em suas constantes noitadas cariocas. 

O que talvez comprove que PT e PSDB têm muito mais semelhanças do que diferenças. Uma boa sugestão para o repórter seria um livro sobre a “privataria” petista, com recursos do BNDES, dos fundos de pensão e até do FGTS. E sobre as brigas internas do PT, como aquelas comandadas por Antonio Palocci, Fernando Pimentel e José Dirceu. Por essas e outras é que o “Reich” do PT deve durar no mínimo um século. As oposições do País são da pior qualidade.

Com informações do site Bahia247 e de diversos outros veículos da imprensa alternativa do País.

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

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