Aquilo que não tem solução, solucionado está?

A cadeia pública de Eunápolis foi interditada em junho de 2010 e  proibido o recolhimento de presos na unidade, por força de decisão judicial, até que fossem feitas as adaptações necessárias pelo Estado.

Em Luís Eduardo, o acontecido esta semana, que gerou inclusive a visita do Juiz Corregedor e a abertura de inquéritos administrativos, nenhuma resolução foi tomada.

A próxima fuga, apesar da vigilância dos policiais encarregados, em flagrante desvio de função, na condição de carcereiros, é questão de tempo.

O Ministério Público afirma, em nota à imprensa, que, assim que tomou conhecimento da retirada dos presos da cela, onde faziam um túnel, instruiu o delegado Rivaldo Luz  para efetuar “remanejamento dos presos para outras delegacias da região”. Que outras delegacias? 

Não é fato desconhecido da imprensa, da comunidade, de juízes da Vara Crime e do Ministério Público do Estado da Bahia, a superlotação das custódias das delegacias com números acima de qualquer equação racional.

Como não existe a determinação de prisões preventivas ou condenações, além do fato de que  as transferências aos presídios da Capital exigem alto custo logístico, o problema parece insolúvel. Até porque não existem vagas nesses presídios, também superlotados.

O problema não é só da Bahia, sejamos justos. Vagas em delegacias e presídios são inexistentes em todo o País.

Na Bahia, ou se constroem presídios em regime de emergência, ou continuarão as fugas, a insegurança da população, o cansaço dos carcereiros e uma sensação que as autoridades de Salvador estão cada vez mais preocupadas apenas em inquéritos administrativos e, por outro lado, menos atentas à gravidade da situação.

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

Uma consideração sobre “Aquilo que não tem solução, solucionado está?”

  1. Da próxima vez o delegado deve então, ligar para o promotor e informa-lo que vai soltar os presos, porque não tem onde coloca-los. Aí então se ele quiser, talvez ele pague um hotel confortável para esses marginais, pois eles merecem não é? Depois de tanto trabalho, estuprando, assassinando, assaltando e aterrorizando a sociedade, ficar algumas horas num caminhão baú é realmente uma injustiça com eles, não acham? Só pode existir uma palavra para isso “hipocrisia”.

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