O Brasil se afastou da meta de universalização de ensino para crianças e adolescentes de 4 a 17 anos. De acordo com monitoramento feito pelo ONG Todos Pela Educação com base nos dados demográficos e no Censo Escolar, há no País 3,8 milhões de pessoas nesta faixa etária fora da escola.
A meta intermediária estabelecida pela organização para que, até 2022, estejam estudando 98% da população nesta faixa etária não foi atingida por nenhum Estado em 2010.
Os dados são acompanhados desde 2006, quando a ONG lançou 5 metas que considera relevantes para a educação no País. A universalização do ensino é a número 1. O relatório de 2011, apresentado na manhã desta terça-feira, é o mais preciso porque leva em conta a população exata medida pelo Censo de 2010. Até 2009, quando o cálculo era feito com margem de erro porque a contagem populacional era apenas estimada pelo IBGE, sete Estados estavam acima da meta: Roraima, Tocantins, Maranhão, Piauí, Ceará, Bahia e Distrito Federal. Na época, estimava-se 3,6 milhões fora da escola. Revistos os números, os dados pioraram.
O movimento Todos Pela Educação aponta o problema da falta de obrigatoriedade da educação infantil e do ensino médio como um dos agravantes para que a universalização não tenha avançado na velocidade esperada. Só em 2009, uma emenda constitucional previu que até 2016 as redes deveriam garantir acesso também nestas etapas.
Traduzidos em números, os porcentuais são alarmantes. Apenas no Estado de São Paulo, 607 mil crianças e adolescentes com idade entre 4 e 17 anos não frequentam a escola. No Amazonas, uma em cada sete pessoas nesta faixa etária não estuda.
O Estado mais próximo da meta é o Piauí que precisava alcançar 93,9% de matrículas em 2010 e chegou a 93,8%. Mesmo assim, 50,6 mil crianças e adolescentes estão fora dos bancos escolares.
A Bahia tem uma população escolar, na faixa de 4 a 17 anos, de 3.569.209 e 207.690 estão fora da escola, uma taxa de 7,8%. A meta do Estado para 2022 é que 93,3% estejam na escola.
Enquanto houver uma só criança fora da escola em todo o País, não se pode classificar o Brasil como estado civilizatório avançado. Esta geração é responsável pela extinção do analfabetismo no País. Não existem mais desculpas. Mesmo estados avançados na Educação, como Rio Grande do Sul e Santa Catarina, as taxas de ausência beiram os dois dígitos. Com informações e texto, editados por este jornal, de Cinthia Rodrigues, do portal IG.

