Um livro definitivo sobre a guerra suja de brasileiros contra brasileiros.

A ministra-chefe da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Maria do Rosário, afirmou nesta quinta-feira que a Comissão da Verdade a ser brevemente constituída deverá apurar o relato de que corpos de militantes políticos mortos pela ditadura militar em São Paulo e no Rio de Janeiro foram incinerados num grande forno de uma fazenda situada no interior do Estado do Rio.

A informação consta no livro Memórias de uma Guerra Suja (Editora Topbooks), dos jornalistas Marcelo Netto e Rogério Medeiros, que reúne um estarrecedor conjunto de depoimentos do ex-delegado da Polícia Civil do Espírito Santo Cláudio Guerra. Segundo uma das inúmeras informações novas que Guerra traz à luz, dez corpos de militantes que atuaram nos anos de chumbo foram levados para desaparecerem de vez à Usina Cambahyba, que pertencia ao ex-vice governador biônico do Rio, Heli Ribeiro Gomes.

A presidente Dilma, ex-presa política e ex-torturada, já tem em mãos um exemplar do livro.

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Brizola, a tentativa de assassinato

O ex-delegado do DOPS (Departamento de Ordem Político Social) do Espírito Santo, Cláudio Antônio Guerra, revela no livro “Memórias de uma Guerra Suja” que se disfarçou de padre para tentar assassinar Leonel Brizola, fundador do PDT e um dos líderes da resistência contra a ditadura militar. O disfarce era uma estratégia para responsabilizar a Igreja Católica pelo atentado.

Guerra levava também uma pasta com um revólver calibre 45. A arma era a preferida dos cubanos. A intenção também era ligar o governo de Fidel Castro ao assassinato. “Eu me lembro do boato de que Fidel Castro estava aborrecido por Brizola ter ficado com o dinheiro enviado por Cuba para financiar a guerrilha do Caparaó (o primeiro movimento de luta armada contra a ditadura militar). Os militares estimulavam esses boatos nos quartéis e entre nós”, revela Guerra. “Com o retorno de Brizola, os comentários sobre o dinheiro de Fidel apareciam aqui e ali”.

Segundo Guerra, a operação foi comandada pelo coronel de Exército Freddie Perdigão (Serviço Nacional de Informações – SNI) e pelo comandante Antônio Vieira (Centro de Informações da Marinha – Cenimar). “Os militares também andavam muito aborrecidos com a Igreja Católica, que estava se alinhando à esquerda, pela abertura política”, afirma Guerra. Perdigão e Vieira também estavam à frente do atentado ao RioCentro.

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

Uma consideração sobre “Um livro definitivo sobre a guerra suja de brasileiros contra brasileiros.”

  1. O que foi relatado neste livro, na época da ditadura militar entre 1964-1988, não mudou muito nos dias de hoje, a politica continua com seus coronelismos, ditadores, corrupções, ganancia pelo poder, enriquecimento ilícito, compra de votos, queima de arquivos e muito mais, pois estamos num País Democrático.

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