Demóstenes Torres, no Senado, provavelmente ao som da Sinfonia nº6, de Tchaikovsky, a “Patética”.
“Sou a vítima da vez, e isso me custou a paz e a tranquilidade. Se eu tivesse culpa, talvez fosse mais simples suportar, mas a dor se amplia devido à certeza de que está sendo sacrificado um inocente. Cheguei até aqui, vivo após 132 dias de massacre, num bombardeio sem precedentes. Cento e trinta e dois intermináveis dias sofrendo o tempo inteiro as mais horrendas ofensas, sendo chamado pelos nomes mais ferozes, sentindo na pele a campanha incessante de injúrias, calúnias e difamação.”
Hoje, no Senado, as vestais da honorabilidade conduzem o Senador ao patíbulo. Ou condenam a Câmara Alta do Parlamento Nacional ao vexame e à infâmia eternos.
Houve um tempo em que aqueles que caiam em desgraça, na Roma antiga, eram exilados para as províncias longínquas. Demóstenes Torres viajará, em estrada duplicada, num carro de luxo, por 2 horas, até Goiânia, para gozar as delícias da aposentadoria sem stress. E quem sabe jogar, em breve, uma canastrinha, aos sábados, regada por um bom uísque, com os amigos Cachoeira e Juquinha.

