O Brasil como ele é: indolente e malandro

Como o setor têxtil é de vital importância para a economia do Ceará, a demanda por mão de obra na indústria têxtil é imensa e precisa ser constantemente formada e preparada. Diante disso, o Sinditêxtil fechou um acordo com o Governo para coordenar um curso de formação de costureiras. O governo exigiu que o curso devesse atender a um grupo de 500 mulheres que recebem o Bolsa Família.
O importante acordo foi fechado dentro das seguintes atribuições: o Governo entrou com o recurso; o SENAI com a formação das costureiras, através de um curso de 120 horas/aula; e o Sinditêxtil, com o compromisso de enviar o
cadastro das formadas às inúmeras indústrias do setor, que dariam emprego às novas costureiras.
Pela carência de mão obra, a idéia não poderia ser melhor.
Pois bem. O curso foi concluído recentemente e, com isso, os cadastros das costureiras formadas foram enviados para as empresas, que se prontificaram em fazer as contratações.
Pois foi nessa hora que a porca torceu o rabo, gente. Anotem aí: o número de contratações foi zero.
O motivo é simples,  embora triste e muito lamentável, como afirma constrangido o diretor do Sinditêxtil: todas as costureiras, por estarem incluídas no programaBolsa Família, se negaram a trabalhar com carteira assinada. Para todas as 500 costureiras que fizeram o curso, o Bolsa Família é um benefício que não pode ser perdido.
É para sempre. Nenhuma admite perder o subsídio.

É evidente que para cada 100 brasileiros indolentes, existem outros 10.000 trabalhadores, empreendedores, que se fazem do nada, com pouco estudo. Mas as exceções confirmam a regra e permitem que esses mais preguiçosos vivam da pesada carga tributária que recai sobre os trabalhadores, onde nem a cesta básica é isenta de impostos de monta.

A renúncia a um salário maior, à inclusão social, à política de emprego e renda é condenável. É a face obscura da política assistencialista dos governos. Em Luís Eduardo Magalhães e Barreiras, mais de 20 mil mães recebem o bolsa família. Se multiplicado pelo número médio de habitantes por domicílio (3,5), significam que no mínimo 70 mil pessoas vivam das graças do Governo em uma população ao redor de 200 mil.

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

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