Horas mortas.

Relatos de agências de notícias internacionais davam conta de que fatos misteriosos aconteceram entre 0h e 1h da manhã deste domingo:

Um padre abandonou a pedofilia;

Um político corrupto arrependeu-se e fez uma doação milionária a uma entidade beneficente;

Um pastor evangélico que vivia das esmolas de gente pobre morreu e no último minuto, fez uma oração contrita e entrou no reino de Deus;

Um juiz assinou finalmente a sentença condenatória de um rico e poderoso empresário;

Um policial escreveu uma longa carta contando suas relações com um traficante;

Um candidato a prefeito jurou à sua mãezinha, em seu leito de morte, que jamais mentiria aos seus eleitores;

Um palhaço entristeceu-se; um trapezista descobriu que tinha labirintite; um marido fujão retornou à esposa; um gay resolveu namorar a prima; tudo isso, porque a hora ficou perdida na quintessência das coisas irresolvíveis, dos amores impossíveis, dos desejos irrealizáveis, das vontades insolventes.

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

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