A arena mais cara do País, num dos estados mais pobres. Tem lógica?

Valor das obras da Fonte Nova aumentaram 251% em relação ao previsto em 2010Foto: Alessandra Lori / Divulgação
Valor das obras da Fonte Nova aumentaram 251% em relação ao previsto em 2010. Foto: Alessandra Lori / Divulgação

A arena que sairá mais cara para os cofres públicos, em todo o País, é a construção do Estádio da Fonte Nova, de Salvador. O governo do Estado da Bahia pagará parcelas anuais de R$ 99 milhões, por 15 anos, que fará com que o custo total chegue a R$ 1,485 bilhão.

Compare com outros números importantes: um presídio padrão, com 400 vagas, custa hoje em torno de R$22 milhões. A Bahia precisa de 15 desses presídios, para abrigar mais de 5.000 prisioneiros que estão amontoados em delegacias, ao arrepio da lei. O custeio de cada presídio destes custa R$1 milhão por mês, mas deste valor deve ser descontando o que já custam hoje os prisioneiros das delegacias. Na verdade o custo é quase igual.

Pergunta: custava a Bahia ficar fora da Copa e construir, com essa verba, os presídios, livrando a população trabalhadora da Bahia da insegurança? E com o resto da verba construir mais uma duzia de hospitais regionais. Ou ainda: umas 50 novas escolas, necessárias em todo o Estado?

A verdade é que presídio não dá voto, não é? Assim como saneamento, educação, saúde e outras obrigações do Estado. O que dá voto é carnaval. E propaganda. Certo?

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

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