Seca é tema central de congresso de Pecuária

A abertura do Congresso
A abertura do Congresso

Uma falha simultânea nos três regimes de chuva, nos últimos dois anos, na Bahia, ocasionada por uma confluência desfavorável de fatores aleatórios, é a responsável pela seca que castiga o estado, e que já dizimou mais de 500 mil cabeças de gado do rebanho baiano. A falta de chuvas no dia 19 de março, o Dia de São José, indica que a Zona de Convergência do Atlântico Norte não desceu, e a má notícia é que quando isso acontece, até novembro, não chove significativamente na Bahia.

As informações são da Somar Meteorologia e do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), que participaram hoje (8) da programação do III Congresso Internacional da Produção Pecuária – CIPP, que acontece até amanhã no Hotel Bahia Othon Palace, em Salvador. A capital baiana também está sentindo o impacto dessa falha. Normalmente, no mês de março chove em torno de 128 milímetros em Salvador. Este ano, foram apenas 28 mm no período.
Segundo Paulo Etchichury, diretor da Somar Meteorologia, um resfriamento nas águas do Oceano Atlântico na costa do Nordeste brasileiro foi uma das condições desfavoráveis para a  formação de chuvas. A Bahia tem três regimes de chuva distintos, influenciados pela Zona de Convergência, pela Amazônia, e pelo Oceano Atlântico. As primeiras chuvas ocorrem historicamente no Sul e no Oeste do estado, entre os meses de novembro e fevereiro. São as chamadas “chuvas de trovoada”.  Depois, vêm as chuvas de fevereiro a maio, no Norte do estado e parte do Oeste, e, por último, as chuvas da região Leste/ Recôncavo Baiano,  de maio a agosto.
“Em geral, há um equilíbrio compensatório entre estes regimes. Quando um falha, outro é forte o suficiente para compensar. Desta vez, falharam todos. As chuvas do Recôncavo, que ainda estão por vir, não bastam para influenciar nos outros regimes do estado”, afirmou Etchichury.

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

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