
Madame Almerinda, a pitonisa de todos os sortilégios, a única que tem GPS para seguir maridos passarinheiros, me liga com aquela sua risadinha gutural, de quem já entregou há muito tempo a alma a Jesus e os pulmões à Souza Cruz.
-E o colégio estadual, meu querido jornalista, quando sai? O que o Galego te disse sobre o tal colégio? Constrói, aluga?
Madame Almerinda acredita, na sua vã ingenuidade, que ligo todos os dias para o Governador.
-O Prefeito, que tem o celular de Jaques Wagner garantiu, no começo do ano, que o Governador ia construir o Colégio. O deputado Oziel Oliveira garantiu que tinha recebido a missão de encontrar um prédio. E então, periodista, o que me dizes? Mais de mil alunos estão na rua da Amargura, esquina com a avenida da Angústia.
Fiquei mudo ao telefone. Como explicar tantas garantias e a ausência explícita do colégio?
Ela, mais insidiosa que nunca, ainda arrematou:
– Por que o Wagner não liga para o Módica? Ele está acostumado a fazer uma escola em 60 dias. Esse Governador é meio tanso, não é meu caro?
