O relato dramático dos agricultores da região seca do Nordeste

Produtores rurais da região estiveram nesta terça-feira na Comissão de Agricultura da Câmara para pedir o perdão das dívidas e novas regras de financiamento da agricultura no semiárido brasileiro. O Nordeste enfrenta uma das piores secas da história, que atinge 1415 municípios, onde vivem 10,5 milhões de pessoas.

Durante a audiência, em conjunto com a Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado, foram dados diversos depoimentos dramáticos para mostrar a gravidade das consequências da estiagem na vida dos nordestinos. Entre eles, o de Joana D’Arc Pires, de Acari (RN), que perdeu o pai em 1999, quando ele cometeu suicídio depois de uma depressão profunda por causa das dívidas. “Em 1996, meu pai fez um financiamento junto ao Banco do Nordeste de R$ 83 mil, que foram usados para fazer reservatório de água e compra de animais. Com as secas subsequentes, os animais morreram, sem ter condição de manter por falta de água. Minha mãe herdou essa dívida e até hoje não consegue pagar. Hoje está em torno de R$ 270 mil”.

Montante da dívida
Assim como Joana, estão inadimplentes quase 1,9 milhão de contratos de financiamento rural no Nordeste, a maioria de pequenos produtores. As dívidas somam mais de R$ 14 bilhões, segundo a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA). Desses, R$ 3 milhões estão na dívida ativa da União, o que impede que 85 mil agricultores negociem dívidas ou façam novos contratos. Da Imprensa da Câmara.

Quando aqui sublinhamos que os serviços prestados pelo Governo na assistência ao flagelados parece insuficiente e tangencia apenas o problema, sem resolvê-lo, não estamos falando  do problema atual. Estamos tentando fazer claro que desde os tempos do Império os recursos aplicados no atendimento às regiões do semi-árido é administrado politicamente e sem um mínimo de efetividade.

Como o Brasil que esbanja nos palácios de governo consegue esquecer da situação dos nordestinos pobres, dos migrantes escravizados nas grandes cidades, na falácia dos desgovernos estaduais em suas campanhas publicitárias?

R$ 14 bilhões de dívida? Já se gastou mais do que isso para fazer um torneio de futebol, em 2014, de resultados mais que duvidosos para o desenvolvimento social do País.

 

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

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