Correntina: uma carta aberta se transforma em poderoso libelo contra desmandos na saúde pública

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Duas cidadãs de Correntina publicam, na internet, um poderoso libelo contra a má gestão da saúde do Município e o descaso de médicos e gestores com pacientes pobres. Editamos a carta, principalmente na pontuação, para melhor compreensão dos leitores, mas mantivemos o conteúdo fiel ao original. Veja a carta:

Correntina, cidade abençoada por Deus, de beleza singular, mas de desigualdade sem par. Como cidadã correntinense, venho fazer meu desabafo público para quem quiser ouvir e tiver coragem de juntar sua voz a minha e denunciar o descaso na saúde publica no município, onde segundo o IBGE em 2010 foi registrada uma renda per capita de 18.733,23.

Os pobres são o que mais sofrem com o descaso. Esses dias passei por essa experiência com meu Avô doente, procurei o hospital municipal de Correntina, pois meu avô estava com insuficiência respiratória, ele foi atendido pelo Dr. Indiro que examinou prescreveu oxigênio e solicitou um eletro cardiograma que foi feito, até ai tudo bem, mas após o eletro que constatou um bloqueio no coração, começou o descaso.
O médico em tela disse que o paciente teria que ser encaminhada a um cardiologista com URGÊNCIA mas não fez nem um encaminhamento a penas receitou um remédio e liberou o paciente, procurei logo na manhã seguinte um encaminhamento pelo SUS junto ao município mas não consegui. Obtive, então, um cardiologista particular em Sta Maria da Vitoria. A diretora do Hospital de Correntina MARIANA  se recusou a falar comigo, salientando que o Paciente não tinha condições de viajar sem oxigênio.

Essa senhora negligenciou ou foi indiferente a vida de um idoso pobre mas que muito contribuiu para esse município, mas que são esquecidos por serem pobres e anônimos na multidão.

Depois de muito desgaste e não havendo saída no dialogo e bom senso resolvi dar queixa na DELEGACIA. Então foi que outras pessoas entraram na situação e depois de muita espera foi cedido a ambulância para levá-lo ao Cardiologista em Sta Maria, lá chegando e após ser atendido o medico disse que não sabia como ele estava vivo ainda e que teria que ser removido pra um centro maior que não havia recurso para ele aqui. Retornando a Correntina começou outra batalha para tirá-lo para um Hospital num centro maior e após conseguir autorização para uma ambulância levá-lo a Brasília, sem a certeza de ser atendido, tivemos que viajar com um oxigênio perto de acabar e sem a chave para trocar o mesmo quando acabasse, pois só existia uma única chave para todo o hospital e todas as ambulâncias e disseram que não podiam liberar a chave.

Saindo daqui antes do Rosário o oxigênio acabou e tivemos que rodar por mais de 20 KM com meu avô agonizando por falta de ar. Chegando ao Rosário batemos em algumas borracharias para conseguir uma chave pra trocar o oxigênio.

Depois de conseguirmos socorro seguimos viagem, mas infelizmente meu Avô veio a falecer dentro da ambulância.

Digo também quem dentro da ambulância não tinha sequer um aparelho para aferir a pressão ou mesmo qualquer tipo de medicamento para primeiros socorros, retornamos para casa com o coração em dor e magoado,  pelo descaso da saúde em Correntina. Não estou dizendo que ele morreu por isso, mas é triste ver o sofrimento meu e de muitos concidadãos que sofre o descaso de nossos governantes pois com a nossa população e a renda desse município temos o direito de ser melhor assistidos. Chega de DESCASO, de abandono e negligencia.
Valquiria S. Nascimento e Valdirene Marques de S. Santos.

Correntina 10 de maio de 2013

Na foto, as autoras da carta vão à Câmara fazer o seu protesto.

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

5 comentários em “Correntina: uma carta aberta se transforma em poderoso libelo contra desmandos na saúde pública”

  1. Meus queridos amigos e amigas,na sessão do dia 22/05 ficou evidenciada a falta de preparo e compromisso do presidente da câmara para com o nosso povo e com os vereadores…A sessão começou tumultuada, com a fala dos vereadores: IEDA,NICE,EU MARADONA E JON onde fizemos um resumo dos acontecimentos passados e tecemos críticas construtivas, com relação a falta de atenção,respeito e discriminação que estamos recebendo por parte do governo e do Sr Presidente.Foram votados um projeto de lei, que institui o conteúdo de política e administração pública na disciplina de história-foi aprovado por unanimidade e o outro,requerimento para ser criado CPI para auxiliar na investigação do caso do incêndio criminoso em Correntina-foi rejeitado por 6X5.Depois, durante a fala em explicação pessoal,os vereadores fizeram uso da palavra,sendo que o vereador JON pediu ao Sr Presidente que prorrogasse a sessão,para que ele pudesse ler a CARTA de uma “correntinense” indignada com o descaso,a incompetência,a ingerência e a falta de compromisso das autoridades, com as pessoas mais carentes do nosso municipio,pois, ela acabara de perder um avô e não quer que outras pessoas passe pelo mesmo problema.A palavra foi negada,o Sr Presidente estendeu a sessão somente por 3 min.,o tempo necessário para terminar a fala do vereador NELSON e encerrou a sessão. A jovem não aguentou a humilhação e desabafou com nós no final da sessão,falando aos gritos,foi chocante,humilhante,muito triste e comovente a sua fala.CORRENTINA precisa ACORDAR e tratar melhor,com mais carinho e atenção o nosso povo,afinal foram eles que nos colocaram no PODER…A saúde tem que ser prioridade em todo governo que preze pela sua população…Um abraço do Vereador MARADONA…Lembrando amanhã tem sessão extraordinária as 9:00 horas. da manhã…

  2. Atenção Bahia,Brasil: Meu Deus,até que ponto chegamos, nota zero para os administradores do município de Correntina, o mundo inteiro já esta sabendo da triste história da Carta Aberta na internet.Deus de o tenha, e aos familiares o nosso apoio.
    Mas isto é uma vergonha, Estes que fizeram vcs sofrer tanto são piores do que animais.
    Por favor cuidem dos pobres.
    Mons.Bertolomeu Gorges
    Javí – Muquém -BA

  3. há tempos que estamos passando porisso na saúde de nosso municipio, não temos médicos, medicamentos,faltam até seringas descartavéis, papéis higiênicos forros de cama além do mau cheiro que exala na ala do hospital( chiqueiro). ISSO É INADIMISSIVEL

  4. Em Correntina sempre houve um descaso com a saúde pública, falta de atenção àqueles que mais dela precisam: os pobres.

    Vamos continuar denunciando até um dia algo ser feito. Sugiro comunicar esse fato ao Ministério Público, o qual tem a obrigação de fazer algo, inclusive denunciando os gestores por ato de improbidade administrativa, consistente na omissão e na ausência de cumprimento de obrigações legais e constitucionais.

  5. Navegando, me de deparo com realidade fenomenológica que se pretende
    libelo contra os desmandos na saúde pública da bucólica Correntina.

    Uma carta aberta reescrita!

    Da mais ligeira lietura atinge-se uma neta inconformada com o decesso do avô, o que é natural e esperado, merecendo condolências.

    Lendo um pouco mais, percebe-se que a neta, por amor e patente ignorância, dotada de um dogmatismo tupiniquim exacerbado e ridículo a ponto de convencer-se, contra tudo e contra todos, para colocar o debilitado avô em uma pretensamente eficaz ambulância para sacolejar em suas últimas horas rumo a imaginada panaceia.

    Não impressionam os chamamentos à comiseração, pois, como ela bem disse: “infelizmente meu avô veio a falecer dentro da ambulância”, mercê da tosca odisseia por ela escolhida e levada a cabo, já que deixou de falar na primeira pessoa somente depois de iniciada a viagem sem fim para o paciente.

    Curiosamente, a neta paladina rendeu-se ao parecer do médico local, mas, paradoxalmente, isso no outro dia, adrede escolheu desconstituir os servidores e o hospital local, explorando a escassez de recursos, insurgindo-se inclusive, como está claro na carta, contra a coletividade e até mesmo contra parecer técnico sobre a impossibilidade de o paciente viajar sem oxigênio, insistindo inclusive em levar a única ferramenta que serve ao hospital para troca de cilindros de oxigênio.

    Não resta dúvida que a saúde é precária em todo o País, não somente em Correntina, mas também em Salvador, um pouco melhor em Brasília, mas é preciso destacar
    que a boa renda per capita não interfere na grande desigualdade social, não sendo diferente nessa urbe, e por isso os bolsas esmola eleitoreiros.

    Depois de tudo, arrependida ou acicatada por terceiros, a neta vem a público bradando solidariedade por sua arbitrariedade; ou perdão aos parentes, não sei, já
    perdi demais aqui…..

    Enfim, pobre avô, em seus últimos momentos corporificou a certeza de que o ser humano é um protesto vivo contra a sintaxe humana…

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