Apesar da recomendação da CNA (Confederação Nacional da Agropecuária) de que os produtores não tranquem as rodovias federais e estaduais do Brasil, lideranças do movimento acreditam que será difícil evitar ações desse tipo pelos manifestantes no protesto que acontece nesta sexta-feira, 14 de junho, contra os processos de demarcação de terras indígenas que estão acontecendo por todo o Brasil. “A revolta do setor produtivo é muito grande”, informou uma nota da Federação da Agricultura de Santa Catarina (Faesc).
O movimento está sendo coordenado pela Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), com a participação da CNA e das federações estaduais e a orientação é de que seja um protesto pacífico. Cada estado e região organizará mobilizações em rodovias, praças e locais com grande circulação de pessoas. O movimento acontece simultaneamente em vários estados, como Mato Grosso, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Bahia, Paraná, Pará e Mato Grosso do Sul, estado que deverá ter a maior concentração de manifestantes, com a expectativa de receber 20 mil pessoas.
Nas últimas semanas, muitos conflitos entre indígenas e produtores rurais foram registrados pelo país. O estado Mato Grosso do Sul foi o que teve a maior repercussão na mídia, depois que um um índio Terena morreu durante o processo de desocupação da fazenda Buriti.
Atualmente, o Brasil possui 12,7% do território nacional com áreas indígenas para cerca de 817 mil índios. As 5,2 milhões de propriedades rurais ocupam 38,8% do país. Os indígenas representam 0,43% da população brasileira e, seguindo os atuais processos de demarcações de terra, a Funai (Fundação Nacional do Índio) pretende criar mais 611 novas reservas, com o percentual de terras destinadas aos índios podendo chegar a 25%.
