Movimento dos caminhoneiros continua bloqueio da BR 242.

Sentados em parte da pista, caminhoneiros esperam uma solução oficial
Sentados em parte da pista, caminhoneiros esperam uma solução oficial.

Na zero hora de hoje, o movimento nacional dos caminhoneiros continua bloqueando a BR 242 em Luís Eduardo Magalhães e, segundo os líderes, não tem hora para acabar. Estão liberados ônibus, produtos perecíveis que não tenham refrigeração, medicamentos, carros de passeio e utilitários. As reivindicações são as mesmas do início do movimento: subsídio substancial para o óleo diesel, pedágio zero no retorno do caminhão vazio e melhoria geral dos fretes.

– O Estatuto do Caminhoneiro só trouxe novas obrigações e alguns direitos para aqueles que trabalham empregados, com carteira assinada. Somos mal tratados em postos de gasolina, em postos de fiscalização tributária e pelas autoridades policiais. Só temos obrigações. Direito nenhum, diz um motorista que carregou em São Paulo para Fortaleza.

Empresas transportadoras, produtores e autônomos apoiam o movimento, apesar dos pesados prejuízos com a paralisação.
Empresas transportadoras, produtores e autônomos apoiam o movimento, apesar dos pesados prejuízos com a paralisação.

O ministro dos Transportes, César Borges, afirmou ontem, em entrevista coletiva à grande imprensa, que as reivindicações de caminhoneiros que desde ontem paralisaram estradas de nove Estados são “impossíveis de serem atendidas”.
Ele afirmou, após reunião no Palácio do Planalto, que os bloqueios, frutos de um “movimento pequeno”, são motivados por “interesses de ocasião”. Não descartou também que poderá pedir para usar força policial para liberar estradas.
Os manifestantes reivindicam soluções para questões nacionais da categoria, entre elas, o subsídio no preço do óleo diesel, isenção do pagamento de pedágios para caminhões e criação da secretaria do Transporte Rodoviário de Cargas.
Borges diz que o óleo diesel já é subsidiado e não se pode contrariar contratos existentes de pedágio.
“Estamos vendo agora um movimento pequeno se aproveitar do que está passando o país para interditar as rodovias federais impedindo inclusive o sagrado de ir e vir da população brasileira e principalmente dos caminhoneiros”, disse o ministro.
Ele disse que a Polícia Rodoviária Federal poderá atuar para remover os veículos que bloqueiam estradas. Afirmou ainda que a pasta criará uma câmara de diálogo com representantes do setor, sejam favoráveis ou não à paralisação, para negociação.
Borges reuniu-se hoje com a ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e dirigentes de federações de transportadores autônomos que são contrários às paralisações recentes.
Protestos de caminhoneiros bloqueiam rodovias em pelo menos nove Estados: Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia e Santa Catarina.

Profissionais de todo o País esperam uma solução. O Ministro dos Transportes diz que pode usar a Polícia para resolver paralisação.
Profissionais de todo o País esperam uma solução. O Ministro dos Transportes diz que pode usar a Polícia para resolver paralisação.

A verdade é que o cobertor é curto. Quem paga pelo óleo diesel caro e pelo pedágio absurdo é o contribuinte e o consumidor. Em alguns trechos, como de Cascavel a Paranaguá, por exemplo,  o valor de ida e volta do pedágio é de R$1.200,00 para caminhões de 9 eixos. O equivalente a 50% do valor do frete líquido. O Governo Federal com gastos equivalentes a 50% da arrecadação em custeio e folha de pagamento não tem condições de investir em infraestrutura. E quando investe são em obras superfaturadas, que paralisam para forçar aditivos contratuais e nem sempre são de boa qualidade técnica, como a ferrovia Norte Sul, que está em construção há 30 anos e ainda não está concluída.

rizzo grande

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

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