Faltam médicos em 20 das 23 cidades do Oeste baiano

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Por Miriam Hermes, do jornal A Tarde

Dos 23 municípios que fazem parte da região Oeste da Bahia, 20 estão na lista do Ministério da Saúde como prioritários para receber médicos do Programa Mais Saúde.

Entre eles, Catolândia, que com 3.609 habitantes (Censo 2010) é a cidade baiana com menor número de habitantes e, mesmo assim, enfrenta problemas para oferecer assistência básica. A maior dificuldade é a contratação de médicos, principalmente nos fins de semana, pois nenhum médico mora na cidade.

“Temos dois médicos que atendem durante a semana. Um dá plantão no Programa de Saúde da Família (PSF) e outro se reveza nos três postos que temos na zona rural”, diz o secretário municipal da Saúde, José Francisco da Cruz.

Ele reconhece que o ideal seria ter pelo menos o dobro de profissionais. “Nos finais de semana também precisamos de médicos, pois a doença não escolhe a hora para chegar. Mas continuamos sem opção”, lamenta o secretário.

“Temos duas ambulâncias de plantão para levar os pacientes a São Desidério e Barreiras,  municípios parceiros”, explica Cruz a alternativa para atender a população aos finais de semana.

O gestor opina que os R$ 10 mil que o governo federal disponibiliza para o pagamento  a médicos de PSF “são insuficientes, pois eles querem até R$ 22 mil para vir”. Cruz afirma que o município não dispõe de recursos no momento para melhorar as unidades existentes. “Temos locais, como em um assentamento, em que o atendimento médico é feito em uma igreja, porque não podemos construir um posto agora”.

Dificuldade 

Para a aposentada Maria Dias, 75, que há um ano está com paralisia nas pernas devido a uma infecção na medula, a única maneira para fazer fisioterapia é indo duas ou três vezes por semana para Barreiras, percorrendo uma distância de 42 km.

Ela afirma que é um sofrimento, pois parte da estrada ainda não tem asfalto. “O município dá o transporte, mas se tivesse fisioterapeuta aqui seria bem mais fácil”, diz a aposentada.

Dona Maria, uma das seis pacientes que o município encaminha para receber atendimento em Barreiras, garante que está animada e tem a expectativa que em breve poderá ser atendida em São Desidério, ” mais perto de casa (distância de 15 km)”.

São Desidério 

Com 24 médicos contratados, o município de São Desidério oferece atendimentos de média complexidade. De acordo com o secretário da Saúde, Jeferson Barbosa, há ainda a necessidade de disponibilizar algumas especialidades. “É mesmo difícil atrair médicos a cidades menores”, aponta.

Barbosa critica o Mais Saúde, “porque o valor de R$ 10 mil por mês para salário de médicos não condiz com a expectativa deles”.

Segundo o secretário, “a média que eles cobram é de R$ 2 mil por plantão. Com este salário que o governo federal quer pagar os médicos brasileiros não vão se sentir atraídos para os municípios do interior”.

A secretaria da Saúde tem dificuldades para manter médicos no plantão de final de semana. “Nosso maior problema é o distrito de Roda Velha que, pela distância das outras localidades, deveria ter médico 24 horas, todos os dias da semana. Mas nem sempre isto é possível”, lamenta Jeferson Barbosa.

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

4 comentários em “Faltam médicos em 20 das 23 cidades do Oeste baiano”

  1. Em luís Eduardo Magalhães não falta Medico? é isso é esse tipo de noticia que o povo tem que engolir? nós queremos é ver a verdade!!!!

    Nota da Redação:
    O levantamento foi feito pelo jornal A Tarde. Você escolhe, Luís Fernando, se quer engolir ou cuspir.

    1. Que Deus permita que que nem o redator deste jornal e nem um parente seu, precise de atentimento medico do SUS em nossa cidade, pois se um dia precisar, vai ver como é triste ter que engolir ou cuspir!
      Em tempo, hoje eu tenho que ir no INSS, puxa vou ter que ir até Barreiras. TB preciso ir no cartorio, mas acho que vou em Taguatinga TO, pois lá tem 02 cartorios.

      Em tempo Também, se os vereadores lerem este comentario, por favor aprovem o pedido de vista aos gastos da Administração, feite por um vereador “Claudionor Machado”.

      Vereadores: Cadê o Transporte coletivo de nossa cidade? antes que me respondam eu tô falando de serviços de qualidade!

      O que que realmente me resta e que respeitem minha opinião!

    2. O Oeste sofre pela péssima localização geográfica. E não venham dizer que se virar um estado vai melhorar, pois não vai! Vejamos por Tocantins onde somente Palmas é uma cidade mais ou menos habitável… O que falta é incentivo do Governo Federal para as regiões mais afastadas, parar de centralizar em capitais e região!

  2. Luís Eduardo está a 490 km de do Governo Federal, o que falta mesmo é Prefeitos, Vereadores, Secretários, Deputados pensarem mais no bem estar da população, ex. um politico que tem carro e plano de saúde, tem que lembrar que a maioria da população vai trabalhar a pé e duente pois não tem como pagar uma consulta; se fala muito em trânsito na nossa cidade e vejo nas radios falarem que o problema é que os motoristas são mal eduacado e são mesmo, por isso foi criado a multa de trasito, punir quem não cumpre a lei, O QUE FALTA É FISCALIZAÇÃO, coloque alguém que trabalhe serio e com um talão de multa na mão e verão que muita barberagem vai parar de acontecer.

    CARO REDATOR, o que uma administração publica faz de bom É OBRIGAÇÃO!!! temos que debater a deficiencia de nosso municipio!

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