Salvador foi novamente destaque no Mapa da Violência, e mais uma vez negativamente. De acordo com o estudo, em sua edição 2013, a capital baiana é a terceira mais violenta do país, com uma taxa de homicídios de 69 por 100 mil habitantes, bem acima da média nacional.
E a realidade pode ser ainda pior. É o que defende o coordenador do Movimento Viva Brasil na região Nordeste e pesquisador em segurança pública, Fabricio Rebelo. “Além de Salvador, o mapa também revela taxas de homicídios muito elevadas nos municípios vizinhos, a exemplo de Simões Filho, na região metropolitana, e muitas das ocorrências ali registradas certamente se referem a crimes ocorridos na capital”, pontua.
Rebelo explica que essa distorção se deve às características e à posição geográfica do município. “É um município industrial, com saída para várias cidades e muitas rodovias desertas, onde são desovados corpos de homicídios cometidos em outros locais, principalmente na capital. O problema é que o levantamento do Mapa da Violência leva em conta o lugar onde o cadáver é achado, e não onde o crime foi praticado”, explica o pesquisador, para quem seria necessário focar os dados, não apenas nas capitais isoladamente, mas nas regiões metropolitanas.
“A violência homicida não respeita os limites geográficos dos municípios, não sendo possível dissociar totalmente os crimes cometidos em Salvador daqueles praticados em Simões Filho, separado da capital por um bairro. A realidade do quadro homicida deve ser analisada e combatida no contexto metropolitano”, conclui.
Se sozinha a capital baiana já apresenta dados alarmantes, a tese defendida pelo pesquisador aponta um quadro tenebroso, evidenciando uma grave crise na segurança pública da capital baiana, que clama por melhoria urgente.
Ontem, um especialista em segurança, nos adiantava que Salvador só está na ponta dos homicídios porque a Secretaria de Segurança do Estado de São Paulo utiliza algumas manobras para diminuir os homicídios. Por exemplo: se um cadáver é encontrado com sinais de morte violenta, não é considerado homicídio enquanto não for determinada a autoria. Ao contrário do que determina a Secretaria Nacional de Segurança Pública, do Ministério da Justiça.

