Por que, afinal, o Brasil não consegue construir ferrovias?

Obras da Transnordestina na região do Araripe, em Pernambuco. (Texto: Rodrigo Vargas / Foto: Marcelo Curia/Ed. Globo – de Araripina/PE).
Obras da Transnordestina na região do Araripe, em Pernambuco. (Texto: Rodrigo Vargas / Foto: Marcelo Curia/Ed. Globo – de Araripina/PE).

Uma linha férrea fundamental para ampliar e conectar a malha logística do nordeste entrou o ano de 2013 em ritmo ainda mais lento. Executada pela TLSA (Transnordestina Logística, ligada à CSN), com financiamento do governo federal, a obra da Transnordestina tinha previsão de conclusão para 2014, mas atingiu até o momento pouco mais de 35% de conclusão e pode ficar para 2016.

O orçamento da ferrovia, que sofreu uma recente revisão, é atualmente de R$ 7,5 bilhões. O projeto prevê a implantação 1.728 quilômetros de trilhos ligando as cidades de Eliseu Martins (PI) e Salgueiro (PE), com dois braços ligando os portos de Pecém (CE) e de Suape (PE).

O objetivo, de acordo com o Governo Federal, é favorecer o transporte de grãos, minérios e insumos agrícolas. “Estima-se a movimentação de cargas no entorno de 30 milhões de toneladas/ano, com predomínio de grãos produzidos na nova fronteira agrícola do sul do Piauí”, diz a Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste).

A caminho de Fortaleza (CE), a reportagem de Globo Rural passou pelos canteiros de obras abertos entre as cidades de Ouricuri, Trindade e Araripina (PE) e acompanhou a movimentação de trabalhadores da empreiteira Odebrecht. A BR-316, em um trecho, estava parcialmente interrompida para a construção de um viaduto.

O ritmo lento dos trabalhos em todo o trecho é motivo de preocupação. Recentemente, uma fábrica de dormentes para a ferrovia teve sua produção interrompida em razão do estoque de materiais ser hoje muito maior do que a demanda nas linhas de frente da obra.

Todos sabem que estradas como a Transnordestina, a Norte Sul, a Oeste-Leste e a expansão no Mato Grosso são essenciais para a exportação de produtos primários, como minérios e grãos. Sabem também que essas ferrovias são importantes para o transporte de insumos – fertilizantes, combustíveis e produtos industrializados – do litoral para o centro do País. Sabem ainda que a integração desses modais com o transporte fluvial e a navegação marítima são da maior valia para o desenvolvimento do País. Por que então não se decide de uma vez por todas investir nas ferrovias?

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

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