O prefeito Humberto Santa Cruz anunciou hoje a entrada em operação, neste domingo, da empresa vencedora da licitação do transporte público, a Stadtbus, de Santa Cruz do Sul, RS. Junto com o gerente de implantação da Empresa, Zaqueu Orgiarini, Humberto falou sobre diversos assuntos relacionados com o deslocamento dos eduardenses, como a necessidade de coibir a ação de táxis e vans clandestinas e a adequação paulatina da operação da empresa à demanda dos passageiros.
Tarifa: sem garantias
O Prefeito anunciou a tarifa que será cobrada pela empresa nas linhas urbanas, algumas bastante longas, como aquela que percorre os bairros Jardim das Oliveiras, Jardim das Acácias, Santa Cruz até o distrito industrial: R$2,00. Na verdade, a tarifa inicial seria de R$1,80, conforme o estabelecido no edital de licitação, mas como o processo levou mais de um ano, já houve correção de valores em abril deste ano. Se mantido o mesmo índice de correção, a passagem custaria, em abril de 2014, acima de R$2,20. Humberto não dá garantias que essa tarifa vá permanecer por muito tempo nesses valores e provavelmente será aumentada novamente em abril. Quanto ao transporte clandestino, que hoje tem até 8 carros em operação em bairros mais distantes como o Jardim das Oliveiras, o Prefeito referiu-se vagamente a uma “mudança da cultura” dos usuários, “que devem preferir os ônibus legalizados aos táxis coletivos e vans ilegais”.

Para incrementar o uso do ônibus, o que permitiria a viabilidade da tarifa atual, o Prefeito prometeu uma campanha pelo pagamento, por parte dos empresários, do vale transporte, previsto na legislação trabalhista. Prometeu também melhorar os abrigos dos pontos de parada, em parceria com empresas especializadas, que usando verbas de propaganda minorem o custo de construção e manutenção. A empresa manterá inicialmente 5 linhas urbanas e 3 linhas na zona rural.
Apesar de classificar a tarifa como uma das mais baratas do País, o Prefeito sabe que a empresa não vai operar com prejuízo. Um exemplo disso é a notícia publicada ontem, no site ClicTribuna, de Cachoeirinha, na região Metropolitana de Porto Alegre, onde a empresa pede, com a intervenção do Ministério Público, o aumento da tarifa em 100%, de R$2,45 para R$4,90, já que a perspectiva de 450 mil passageiros/mês, prevista em edital de licitação, não passou de 220 mil, prejudicada exatamente pelo transporte alternativo como acontece hoje em Luís Eduardo Magalhães. Veja a matéria “Stadtbus amarga prejuízo e situação está insustentável”, clicando no link.
Travessia da BR para pedestres e ciclistas
Outro assunto relacionado com a mobilidade urbana é a travessia da BR 242, após a inauguração, com trânsito intenso em quatro pistas. O principal obstáculo para o trânsito de pedestres e ciclistas na rodovia, além do trânsito, são os aterros construídos, que exigirá de crianças e velhos alguma intimidade com as técnicas de alpinismo. Humberto, no entanto, aponta com o projeto da grande passarela do Santa Cruz como solução e de outras duas passarelas, que ele não soube precisar onde estariam localizadas e quando seriam construídas. O que não deixa de caracterizar um certo otimismo por parte do Prefeito, já que ele não pode ou não deve esperar que ciclistas e pedestres desloquem-se até 2 ou 3 quilômetros na rodovia para poder acessar uma passarela. Na realidade, está sendo criada a profissão de toureador baiano, em que os pedestres se desviarão, com habilidade inaudita, de carros e caminhões na BR. A sugestão de que o Prefeito propugnasse, junto ao DNIT, a combinação de redutores eletrônicos de velocidade com faixas de segurança e escadas e pequenos pontilhões nos aterros das pistas, parece não ter sido bem recebida. “Eu sei que se começar a morrer gente na rodovia, o culpado será o Prefeito”, disse, como se alertasse a si mesmo sobre o perigo.
Plano diretor e centros comerciais
Instado por jornalistas presentes à coletiva de imprensa, Humberto discorreu sobre a instalação de shopping comercial na cidade: “Estamos fazendo, através de empresa terceirizada, um novo plano diretor para a cidade. Um shopping altera profundamente o bairro onde estiver localizado, com aumento de demanda de vias de trânsito e de infraestrutura urbana. Só teremos a autorização para a instalação de centros comerciais de porte depois do estudo do impacto sobre o bairro onde for alocado e na cidade como um todo”.
