Esta história já contei para muitos colorados amigos. O Internacional preparava-se para disputar o Mundial da FIFA em Tóquio. Era dezembro de 2006. Dirigia-me pela avenida Borges de Medeiros em direção ao Shopping Praia de Belas, quando passando pela frente de um hotel na mesma avenida, notei a aglomeração e o ônibus do Internacional. Era o time que ia embarcar. Encostei o carro, pedi pra minha esposa continuar dirigindo e fui também me despedir do elenco colorado. O Shopping era perto, podia continuar depois a pé. Uma meia hora depois encontrei Patrícia no Shopping e, com os olhos umedecidos por tanta certeza, afirmei: “Vamos ser campeões do mundo. Pode escrever”. Ela me questionou o porquê da minha certeza. E eu afirmei: “Porque nunca vi uma equipe tão unida, cantando o hino aos gritos, de peito aberto, junto com umas duas centenas de torcedores. Eles querem ganhar e vão ganhar.”
Uma semana depois, um 17 de dezembro como hoje, deslocando-me de Porto Alegre para Brasília, o comandante da Gol, também um colorado fanático, ao posar na Capital deu a notícia: “O Inter é campeão do Mundo”. Enquanto a aeronave taxiava, uma centena de passageiros comemorava aos gritos e abraços o primeiro campeonato de um time gaúcho organizado pela FIFA.
Amanhã ou depois, quando cerrar os meus olhos pela última vez, tenho certeza que vou divisar os pés de sibipiruna que plantei no meu quintal e que tanto me refrescam. Mas meu coração, constrangido pelas despedidas, ainda vai estar emocionado pela aquela onda vermelha que se alevantou e dominou o mundo, traduzida nos pés decididos do atacante Gabiru. Segue, Colorado, tua senda de vitórias.

