No orçamento municipal aprovado pela Câmara de Vereadores na semana passada, temos uma noção do que será investido no Município. E também o dinheiro que será destinado à própria Câmara, exatos R$ 8.403.000,00 ou R$700.250,00 por mês. Por aí podemos calcular que tendo 15 representantes do povo, cada vereador custará, naquela casa de leis, a bagatela de R$46.683,33 por mês ao contribuinte.
O cálculo fica mais grave quando se divide o valor que será gasto pelo número de proposições apresentadas em 2013, 76 ao todo, incluindo aquelas que propõem a instalação de prosaicos quebra-molas em ruas secundárias. Cada proposição custará, se mantido o mesmo nível frenético de atividade em 2014, R$110.565,78. Quanto custa um quebra-molas? Não deve ultrapassar essa quantia irrisória de 110 mil reais.
No entanto, todos esses valores se apequenam quando se sabe que se gasta na reforma de um Fiat Pálio 2002, que custa no mercado algo em torno de 12.900 a 15 mil reais, cerca de R$16 mil. Ou quando se entrega para uma firma com menos de 90 dias de existência legal a pintura de um prédio no valor de R$526 mil. Ou ainda: quando se gasta numa pequena empresa gráfica, cujo capital real não ultrapassa R$40 mil a significativa importância de R$153 mil em impressos.
Alguns vereadores, constrangidos por esses números do Legislativo, até foram à tribuna protestar ou obtiveram uma decisão judicial para que viessem à luz documentos importantes da administração da Câmara. Mas aí começou uma franca e generosa distribuição de diárias para viagens. E como disse o bardo lusitano, Luís Vaz de Camões, em seu poema maior, Lusíadas, “cessa tudo o que a antiga musa canta, que um valor mais alto se alevanta”.

Isso sem falar das verbas oriundas das negociações que cada Edil recebe do executivo para apoiar e aprovar os desmandos do Executivo.