Preso em regime semiaberto desde a última terça-feira (4) em Brasília, o deputado João Paulo Cunha (PT), condenado no processo do mensalão, quer exercer seu mandato parlamentar durante o dia. Foi o que informou nesta quarta-feira seu advogado, Alberto Toron, ao portal UOL. Ele deixou claro que seu cliente não deseja renunciar ao mandato.
“Nós sabemos que o trabalho parlamentar também se desenvolve no período matutino e vespertino. E ainda que ele não possa frequentar sessões que venham durar até mais tarde, a mim me parece que a sua atividade como parlamentar, ela fica absolutamente resguardada se cumprida nestes horários”, disse Toron, para quem basta que a Câmara dos Deputados tenha boa vontade de aceitar que Cunha não participe das votações à noite.
O deputado, que está no Complexo Penitenciário da Papuda, foi condenado a cumprir seis anos e quatro meses, inicialmente em regime semiaberto. Conforme a lei, ele tem direito a trabalhar durante o dia e dormir no presídio, desde que com autorização judicial. A cassação do seu mandato, que o torna inelegível por oito anos, será discutida no próximo dia 12 pela Mesa Diretora da Câmara. Segundo informou o secretário-geral da mesa, Mozart Vianna, a reunião decidirá a abertura ou não do processo, que será encaminhado para a Comissão de Constituição e Justiça e depois para o Plenário.
São necessários 257 votos para a cassação e desde a promulgação de emenda constitucional no ano passado, os votos são abertos. Por conta do decreto da prisão pelo Supremo Tribunal Federal, para o deputado Rubens Bueno (PR), líder do PPS na Câmara, a cassação deve ocorrer imediatamente. Com edição do Bahia Notícias.
Pelo visto, o Deputado mensaleiro quer encarnar a fábula da Cinderela: quando chegar a hora, seu sapatinho de cristal se perde, sua carruagem vira abóbora e encosta o camburão da Papuda.
