Em junho de 2011 fizemos aqui no blog uma matéria defendendo (veja aqui) que o problema da mobilidade urbana, nas capitais, e particularmente em Salvador, poderia passar por soluções práticas, em que se trocasse, de maneira paulatina ou concomitantemente, os investimentos num metrô que não saía do papel por doação ou financiamento a juros populares de bicicletas elétricas, acompanhando uma tendência mundial em soluções urbanas.
Hoje, a Tribuna da Bahia publica uma matéria em que lamenta a destruição e roubo de bicicletas em bicicletários públicos, instalados pela Prefeitura de Salvador, sob o título “Vândalos voltam a atacar estações de aluguel de bicicletas em Salvador”. Então é fácil concluir: mesmo boas ideias na área de transporte de massas têm que levar em conta a mentalidade tacanha do povinho brasileiro. O povão parece que anseia por viajar como sardinha lata em ônibus ultrapassados e trens perigosos. Eita povinho bem comum este do Brasil!


Prezado,
Em nenhum lugar do mundo, a bicicleta é tida como um meio de transporte que possa substituir o metrô, mas como uma complementação a uma trama que os envolva, além de outras tantas modalidades possíveis, garantindo uma diversificação da oferta aos usuários de um sistema. Amsterdã e Pequim, onde a bicicleta é algo mais que difundido entre a população, possuem seus metrôs. Os trens subterrâneos, que podem contemplar milhares de pessoas a um mesmo tempo, não podem ser simplesmente substituídos por um meio de transporte individual, em que pesem os benefícios inquestionáveis do uso da “magrela” como meio de transporte. Assim, ainda que o metrô de Salvador seja foco de desvios e piadas, tem que ser concluído e, quando possível, ampliado, podendo, inclusive, operar com bicicletários e aluguel de bicicletas em suas estações. Aí sim estaríamos copiando um bom exemplo.
Saudações,
Paulo