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Luta armada foi um erro, admite Franklin Martins: “Levou os melhores de nós”.

20/04/2014
Os libertados em troca do sequestro do embaixador americano, chefiado por Franklin. Entre eles, José Dirceu.

Os libertados em troca do sequestro do embaixador americano, chefiado por Franklin. Entre eles, José Dirceu.

Franklin Martins, chefe da campanha eleitoral de Dilma Rousseff, junto com o marqueteiro João Santana, admitiu, ontem, durante um evento em Brasília, que a luta armada contra o regime de 64 foi um erro.

“Tem gente que diz que a ditadura não foi brava assim. Mas você não diz se uma ditadura é branda porque morreu mais ou menos gente, e sim por ter amordaçado o país, impedido as pessoas de se expressar. A essência da ditadura é ‘me aplaude que você vai se dar bem, me enfrenta que você vai pros quintos dos infernos’”.

Martins participou de um dos seminários do evento que lembram os 50 anos do golpe de 64. Convidado para contar sua experiência na luta armada durante a ditadura, o jornalista acredita ter sido um erro do movimento ter pego em armas contra as forças militares. “A luta armada foi um erro. Não porque não se pode fazer a luta armada, mas sim porque não fortalecemos a luta contra a ditadura. Muitos dos melhores, dos mais talentosos de nós, se expuseram e foram massacrados”.

Respondendo às perguntas do público, ele comentou sobre o trabalho da Comissão Nacional da Verdade (CNV), que pretende revelar pontos ainda obscuros no período de repressão no Brasil. Para Martins, se a CNV for capaz de fazer as Forças Armadas pedirem desculpas sobre os chamados Anos de Chumbo, o trabalho terá rendido frutos. “Para que o país possa seguir por um caminho certo, todos precisam reconhecer o que foi feito errado”.

Muito lembrado por ter participado do sequestro do embaixador americano Charles Elbrick, usado na troca por colegas presos pelo regime, Martins concluiu dizendo que o período mais difícil não foi enquanto esteve no Brasil, resistindo. “Para mim o exílio em Paris foi a pior coisa. Lá, eu era um cara fora da minha terra, enquanto as pessoas no meu país morriam”. Contudo, ele afirma não ter se arrependido da postura que adotou contra a ditadura militar. “Eu fico feliz que a gente deixou alguma coisa para vocês. Eu olho para a minha neta e sei que ela vai crescer em liberdade, e isso não tem preço”. Trecho de matéria da Agência Brasil, editado por este jornal.

3 Comentários leave one →
  1. Amador Araujo permalink
    20/04/2014 13:59

    a resistência da luta armada foi a maior Vitória do país. foi o caminho do sucesso das diretas já da qual tive o privilégio de participar em 1984.em Sao Paulo.

  2. Paulo permalink
    20/04/2014 18:35

    Franklin fala que a essência da ditadura era: “me aplaude que você vai se dar bem, me enfrenta que você vai pros quinto dos infernos”. E a essência dos PTralhas qual seria?
    “Vamos roubar o mais que puder.” ou “Vamos desmoralizar o trabalhador e tornar herói o vagabundo” ou ainda “Vamos acabar com o Brasil” vamos abrir os olhos, olhe quem era esses “defensores da democracia” Genuino, Dirceu, Dilma etc,,, tenham dó quem não está preso deveria estar.

  3. 28/01/2018 14:00

    Se o autor desse relato ainda não foi para os “quintos dos infernos”, com certeza não vai demorar a ir!

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